TRAPPIST-1: Sistema recém descoberto pode semear vida entre seus exoplanetas adjacentes

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Comparando os exoplanetas do sistema TRAPPIST-1: este diagrama compara os exoplanetas do sistema TRAPPIST-1, alinhados por ordem de distância à sua estrela hospedeira. As superfícies dos exoplanetas são apresentadas com concepções artísticas das suas potenciais características da superfície, incluindo água, gelo e atmosfera. Créditos: NASA/R. Hurt/T. Pyle

Depois da NASA ter anunciado em fevereiro de 2017 a descoberta de um sistema solar com sete planetas (três dos quais foram considerados potencialmente habitáveis) o cientista Sebastiaan Krijt, membro da Universidade de Chicago, indagou: caso exista vida em um desses planetas, será que os detritos espaciais podem transportá-la para outro do sistema?

Em uma pesquisa recentemente publicada no The Astrophysical Journal Letters, Sebastiaan Krijt e colegas da mesma universidade concluíram que formas de vida, como bactérias ou organismos unicelulares, poderiam viajar através recém-descoberto sistema TRAPPIST-1, um sistema extra-solar incomum que se tornou um novo e excitante lugar na Via Láctea para procurar vida extraterrestre.

Sebastiaan Krijt, o autor líder do artigo, alegou:

Parece provável uma troca frequente de material entre planetas adjacentes no empacotado sistema TRAPPIST-1. Se algum desses materiais carregar vida é possível que possa inocular outro exoplaneta também com vida.

Para que isso ocorra, um asteroide ou cometa terá que atingir um dos exoplanetas, lançando detritos suficientemente grandes para o espaço e isolando a forma de vida dos perigos inerentes de uma viagem espacial. O material teria que ser expelido rápido o suficiente para romper com a atração gravitacional do exoplaneta original, mas não tão rápido que destruísse a forma de vida. E a viagem teria que ser relativamente curta para que a forma de vida possa sobreviver.

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Essa ilustração mostra a hipotética superfície de TRAPPIST-1f, um dos sete mundos recentemente estudados que tem tamanhos similares ao da Terra. Créditos: NASA/JPL-Caltech

Os pesquisadores realizaram várias simulações para o sistema exoplanetário TRAPPIST-1 e descobriram que o processo poderia ocorrer ao longo de um período tão curto quanto 10 anos. A maior parte da massa transferida entre os exoplanetas, que seria grande o suficiente para que a vida sobrevivesse à irradiação durante a transferência e ao calor durante a reentrada, seria ejetada a uma velocidade apenas ligeiramente superior à velocidade de escape do exoplaneta fornecedor, concluíram.

Fred Ciesla, professor de ciências geofísicas na Universidade de Chicago e coautor do artigo, declarou:

Tendo em vista que sistemas exoplanetários íntimos têm sido descobertos com mais frequência, esta investigação fará com que repensemos o que esperamos encontrar em termos de planetas habitáveis e de transferência de vida, não somente no sistema TRAPPIST-1, mas também em outros sistemas. Devemos pensar em termos de sistemas estelares como um todo, como seus objetos interagem e não em termos de exoplanetas individuais.

Uma pletora de novos exoplanetas…

O primeiro exoplaneta, um exoplaneta em órbita de uma estrela distinta do Sol, foi confirmado em 1992. Atualmente, já foram descobertos mais de 3.600 exoplanetas, com pelo menos outros 3.000 candidatos à espera de confirmação. Além disso, já foram confirmados mais de 600 sistemas exoplanetários múltiplos.

Fred Ciesla explicou:

O campo relativamente novo da exoplanetologia está explodindo e tem sido considerado mais seriamente do que nunca. Se tomássemos o Sistema Solar como modelo, nunca teríamos imaginado as novidades que estamos encontrando, como a descoberta recente de um exoplaneta que orbita dois sóis.

O próximo passo agora não é tanto descobrir novos exoplanetas, mas sim buscar caracterizá-los, determinar como evoluíram e entender como interagem, destacou Krijt.

Os sistemas exoplanetários servem como laboratórios para ajudar os cientistas na compreensão do nosso Sistema Solar, realçou Ciesla, observando que 40.000 toneladas de detritos espaciais caem sobre a Terra anualmente.

O material originado aqui da Terra deve também estar flutuando por aí e é concebível que parte possa estar transportando vida. Sabemos que algumas formas de vida são muito robustas e podem sobreviver à viagem espacial.

O artigo intitulado Fast Litho-Panspermia in the Habitable Zone of the TRAPPIST-1 System”, assinado por Sebastiaan Krijt, Timothy Bowling, Richard Lyons e Fred Ciesla, foi publicado em Astrophysical Journal Letters em 14 de abril de 2017. [ DOI: 10.3847/2041-8213/aa6b9f ]

Fonte

Universidade de Chicago: Recently discovered solar system could seed life between adjacent exoplanets – Research simulates whether organisms could survive space travel

Artigo Científico

Astrophysical Journal Letters: Fast Litho-panspermia in the Habitable Zone of the TRAPPIST-1 System

._._.

1704.01411 – Fast litho-panspermia in the habitable zone of the TRAPPIST-1 system

2 comentários

  1. Olá, tudo bem?
    Sou a Mayara, da assessoria de imprensa da PUCPR. Aqui na PUCPR, nós temos o FTD Digital Arena, que é um planetário com tecnologias de um cinema digital de alta definição, com uma cúpula em formato semiesférico e sistema de projetores digitais. Eventualmente produzimos conteúdo sobre astronomia e atividades que acontecem no FTD. Gostaria de saber, caso tenham interesse, para qual email posso encaminhar informações sobre eventos do FTD e conteúdos de astronomia, produzidos pelo físico e professor de astronomia da universidade. Fico no aguardo.

    Obrigada. Abraços,
    Mayara Duarte

    (41) 3271-1115

      • ROCA em 11/05/2017 às 21:54
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