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jan 02

A missão NEOWISE revela dois objetos novos: um cometa e um corpo que está na linha divisória que separa um asteroide de um cometa

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Impressão artística do objeto 2016 WF9 à medida que passa pela órbita de Júpiter em direção ao Sistema Solar interior. Crédito: NASA/JPL-Caltech

A missão NEOWISE da NASA descobriu recentemente alguns objetos celestes que viajam pela nossa vizinhança, incluindo um que está na fronteira entre o que classificamos como asteroide ou como cometa. O outro objeto, definitivamente um cometa, pode ser visto com binóculos nesta semana.

O corpo chamado de 2016 WF9 foi detectado pelo programa NEOWISE no dia 27 de novembro de 2016. 2016 WF9 está em uma órbita que o leva por passeio panorâmico em nosso Sistema Solar. Na sua maior distância ao Sol, esse objeto se aproxima da órbita de Júpiter. Ao longo de 4,9 anos terrestres, ele viaja para o interior, passando pelo cinturão principal de asteroides, em seguida pela órbita de Marte, até que atinge o seu ponto orbital mais próximo do Sol dentro da órbita da Terra. Depois, dirige-se de volta para o Sistema Solar exterior. Objetos que possuem estes tipos de órbitas têm múltiplas origens possíveis: poderá ter sido um cometa ou poderá ter se desviado de uma população de objetos escuros no cinturão principal de asteroides.

2016 WF9 vai se aproximar da órbita da Terra no dia 26 de fevereiro de 2017. A uma distância de quase 51 milhões de quilômetros, esta passagem não trará o corpo para perto de nós. A trajetória de 2016 WF9 é muito bem entendida e o objeto não consiste em uma ameaça à Terra em um futuro previsível.

Por outro lado, um objeto diferente, descoberto pelo NEOWISE um mês antes, é mais claramente um cometa, liberando poeira à medida que se aproxima do Sol. Este cometa foi denominado C/2016 U1 NEOWISE. Paul Chodas, coordenador no Centro de Estudos NEO (Near-Earth Object) da NASA no JPL em Pasadena, Califórnia, EUA, declarou:

C/2016 U1 NEOWISE tem uma boa chance de se tornar visível através de um bom par de binóculos, embora não possamos ter total certeza disso porque o brilho de um cometa é notoriamente imprevisível.

Visível a partir do hemisfério norte durante a primeira semana de 2017, o cometa C/2016 U1 NEOWISE estará no céu a sudeste pouco antes do amanhecer. Moverá mais para sul com o passar dos dias e alcançará o seu ponto mais próximo do Sol, dentro da órbita de Mercúrio, no dia 14 de janeiro de 2017, antes de regressar aos confins do Sistema Solar exterior para uma órbita de milhares de anos. Embora seja visível para os observadores dos céus na Terra, C/2016 U1 NEOWISE  também não é considerado uma ameaça para o nosso planeta.

O NEOWISE é a porção que realiza a caça de asteroides e cometas dentro da missão WISE (Wide-Field Infrared Survey Explorer). Depois de descobrir mais de 34.000 asteroides durante a sua missão original, o observatório espacial de infravermelho NEOWISE acordou de hibernação no mês de dezembro de 2013 para procurar e aprender mais sobre asteroides e cometas que poderiam trazer algum um perigo de impacto para a Terra. Caso 2016 WF9 venha a ser um cometa, este será o 10º descoberto desde a sua reativação. Se for um asteroide, será o 100º descoberto desde a reativação da espaçonave.

O que os cientistas do NEOWISE realmente sabem é que 2016 WF9 é relativamente grande, pois possui entre 0,5 e 1 km de diâmetro.

2016 WF9 é também um corpo relativamente escuro, refletindo uma baixa fração da luz que cai sobre a sua superfície. Este corpo assemelha-se com um cometa no que tange à sua reflexibilidade e órbita, mas parece não possuir a característica nuvem de poeira e gás que define um cometa.

James “Gerbs” Bauer, investigador líder adjunto no JPL, comentou:

2016 WF9 poderá ter origens cometárias. Este objeto ilustra que a fronteira que separa os asteroides e dos cometas é complexa. Talvez com o tempo este objeto tenha perdido a maioria das substâncias voláteis que permanecem na sua superfície ou mesmo embaixo desta.

Os corpos NEOs (Near-Earth Objects – em português – objetos próximos da Terra) absorvem a maior parte da luz que cai sobre eles e reemitem essa energia em comprimentos de onda no espectro do infravermelho. Isto permite com que os detectores infravermelhos do NEOWISE estudem tanto os NEOs escuros quanto os claros com uma nitidez e sensibilidade quase iguais.

Joseph Masiero, membro do time do NEOWISE, declarou:

Estes são objetos bastante escuros. Pense no asfalto novo das ruas… Estes objetos se parecem com o carvão, em alguns casos são ainda mais escuros que isso.

Os dados do programa NEOWISE têm sido usados para medir o tamanho de cada NEO (objeto próximo da Terra) que observa. 31 asteroides que o NEOWISE descobriu passam a cerca de 20 distâncias lunares da órbita da Terra e 19 têm mais de 140 metros em diâmetro, mas refletem menos de 10% da luz que incide sobre eles.

O WISE (Wide-field Infrared Survey Explorer) completou o seu sétimo ano no espaço, depois de ter sido lançado no dia 14 de dezembro de 2009.

Fonte

NASA: NASA’s NEOWISE Mission Spies One Comet, Maybe Two

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