GJ 536b: uma super-Terra revelada em estrela próxima visível em ambos os hemisférios da Terra

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Ilustração do exoplaneta GJ 536 b e da estrela GJ 536. Crédito: Gabriel Pérez, SMM (IAC)

O estudante de doutorado Alejandro Suárez Mascareño, pertencente ao IAC (Instituto de Astrofísica das Canárias) e da Universidade de La Laguna, juntamente com os coordenadores de sua tese Rafael Rebolo e Jonay Isaí González Hernández descobriram a super-Terra GJ 536b, cuja massa foi estimada em cerca de 5,36 (±0,69) vezes a da Terra (0,0169 ( -0,002 +0,0022 ) MJ), em órbita de uma estrela relativamente próxima do Sol.

Este exoplaneta orbita a estrela GJ 536 (Gliese 536), mas não está dentro da zona habitável da sua estrela hospedeira. Entretanto, seu curto período orbital de 8,7 dias e a baixa luminosidade da sua estrela mãe, uma anã vermelha (classe M1V e massa = 0,52 (±0,05) MSol) mais fria (3.685,0 (±68,0) K) e relativamente próxima do Sol (32,7 anos-luz), fazem do exoplaneta GJ 536b um candidato atraente para uma investigação da sua composição atmosférica. Durante esta pesquisa foi também descoberto um ciclo de atividade magnética, parecido com o ciclo solar, porém mais curto, estimado em 3 anos.

Alejandro Suárez Mascareño, autor líder do artigo científico, declarou:

Até agora, o único exoplaneta que nós encontramos por lá foi GJ 536b, porém nós continuamos a monitorar a estrela mãe para ver se descobrimos outros companheiros. Os exoplanetas rochosos são normalmente encontrados em grupos, especialmente ao redor de estrelas anãs vermelhas como essa. Assim, nós estamos confiantes que poderemos encontrar outros exoplanetas em órbitas mais distantes, com períodos entre 100 dias até alguns anos. Estamos preparando uma campanha de monitoramento para trânsitos deste novo exoplaneta com o intuito de determinar o seu raio e sua densidade média.

Jonay Isaí González explicou:

Este exoplaneta rochoso está orbitando uma estrela muito menor e mais fria que o Sol, mas está suficientemente próxima e é suficientemente brilhante. Além disso, essa estrela é observável nos hemisférios norte e sul, o que a torna muito interessante para espectrógrafos futuros de alta estabilidade e, em particular, para a possível detecção de outro exoplaneta rochoso na sua zona habitável.

Rafael Rebolo destacou:

Para detectar o exoplaneta nós tivemos de medir a velocidade radial da estrela com uma precisão na ordem de um metro por segundo. Com a construção do novo instrumento ESPRESSO, codirigido pelo IAC, vamos melhorar essa precisão por um fator de dez e seremos capazes de estender a nossa busca para exoplanetas com condições muito parecidas às da Terra, em redor desta e de outras estrelas próximas.

O exoplaneta foi detectado em um esforço conjunto entre o IAC (Instituto de Astrofísica de Canárias) e o Observatório de Genebra, o qual usou o espectrógrafo HARPS (High Accuracy Radial velocity Planet Seeker) acoplado ao telescópio de 3,6 metro do ESO em La Silla (Chile) e o HARPS Norte, no Telescópio Nacional Galileu no Observatório Roque de los Muchachos, Garafia em La Palma, Ilhas Canárias.

O estudo intitulado “A super-Earth orbiting the nearby M-dwarf GJ 536”, assinado por Alejandro Suárez Mascareño et al., a ser publicado em Astronomy & Astrophysics, envolveu colaboração de cientistas de vários países.

Fontes

Exoplanet.eu: GJ 536

IAC: Científicos de IAC y de la ULL descubren una supertierra cercana

Artigo Científico

ArXiv.org: A super-Earth orbiting the nearby M-dwarf GJ 536

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