Missão estendida: Curiosity inicia um novo capítulo na exploração de Marte

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Este autorretrato do Curiosity, obtido em setembro de 2016, mostra o veículo na área “Quela”, local da sua 14ª perfuração situado na área “Murray Buttes” no Monte Sharp. O panorama foi construído com várias imagens obtidas pela câmera MAHLI no fim do braço robótico. Créditos: NASA/JPL-Caltech/MSSS

Depois de coletar pó de rocha perfurada na indiscutivelmente mais bela paisagem já visitada por um rover marciano, o laboratório móvel Curiosity da NASA está se dirigindo morro acima na direção de novos locais como parte da sua missão estendida por mais 2 anos, a qual começou em 1 de outubro de 2016.

Os novos destinos incluem um cume coberto de mineral rico em óxido de ferro (hematita), situado cerca de 2,5 km a frente e uma exposição rochosa rica em argilas mais além.

Estes são locais chave de exploração na seção inferior do Monte Sharp, um grande monte em camadas que o Curiosity está investigando à procura de evidências de ambientes antigos e ricos em água que contrastam com as áridas e secas condições na superfície do Marte atual.

Ashwin Vasavada, cientista do projeto Curiosity no JPL da NASA em Pasadena, Califórnia, EUA declarou:

Nós continuamos a atingir camadas mais altas e mais jovens do Monte Sharp. Mesmo depois de quatro anos explorando a montanha e seus arredores, o local ainda tem o potencial para nos surpreender completamente.

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Este panorama em 360º foi obtido no dia 4 de setembro de 2016 pela câmera no mastro do Curiosity, enquanto o rover estava num local chamado “Murray Buttes” no Monte Sharp. A formação rasa perto do centro da cena sobe 12 metros acima da planície em redor. Créditos: NASA/JPL-Caltech/MSSS

Centenas de fotos que o Curiosity capturou ao longo das últimas semanas, investigando por dentro de um aglomerado de formações sedimentares de diversas formas, são destaques recentes das mais de 180.000 imagens que o rover já obteve desde o seu pouso em Marte no mês em agosto de 2012. As imagens recém-divulgadas incluem o mais novo autorretrato do rover obtido com a câmera em cores acoplada no seu braço robótico e um panorama cênico capturado com a câmera a cores na parte superior do seu mastro.

Michael Meyer, cientista do programa Curiosity na sede da NASA em Washington, explicou:

Dizendo adeus a ‘Murray Buttes,’ o objetivo do Curiosity é continuar o estudo da habitabilidade passada e do potencial para vida. Esta missão, à medida que explora a sucessão de camadas rochosas, está a ler as ‘páginas’ da história de Marte, mudando a nossa compreensão de Marte e da evolução do planeta. O Curiosity tem sido e será um marco nos nossos planos para missões futuras.

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O topo desta formação, na imagem obtida dia 1 de setembro de 2016 com a Mastcam do Curiosity, está cerca de 4,9 metros acima do rover e mais ou menos 25 metros para este-sudeste do veículo. Encontra-se na região “Murray Buttes” do Monte Sharp, e esta formação particular foi apelidada “M9a”. Créditos: NASA/JPL-Caltech/MSSS

As imagens componentes do autorretrato foram captadas perto da base de uma das formações de ‘Murray Buttes’, no mesmo local onde o rover usou a sua broca no dia 18 de setembro de 2016 para obter uma amostra de pó de rocha. Uma tentativa anterior, neste local, quatro dias antes, foi prematuramente suspensa por causa de um problema de curto-circuito que o Curiosity sofreu, mas a segunda tentativa alcançou com sucesso a profundidade desejada e recolheu amostras. Depois de sair desta área, o Curiosity entregou um pouco da amostra rochosa ao seu laboratório interno para análise.

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Este gráfico mostra as posições dos locais onde o rover Curiosity perfurou as primeiras 18 rochas ou amostras de solo para análise no seu laboratório interno. Também mostra imagens das perfurações onde foram obtidas 14 amostras, a mais recente em “Quela”, no dia 18 de setembro de 2016. Créditos: NASA/JPL-Caltech/MSSS/Universidade do Arizona

Este último local de perfuração chamado de “Quela”, o 14º do Curiosity (ver o diagrama acima), está em uma camada geológica com cerca de 180 metros de espessura, denominada como “formação Murray”. Até o momento, o Curiosity subiu quase a metade da espessura desta formação e descobriu que consiste principalmente de lama seca, formada a partir de lama acumulada no fundo de lagos antigos. Os resultados indicam que o ambiente do lago era duradouro, não perene. Durante aproximadamente a primeira metade da nova extensão da missão com a duração de dois anos, o time do rover antecipa investigar a metade superior da “formação Murray”.

Ashwin Vasavada comentou:

Vamos ver se esse registo de lagos continua adiante. Quanto mais espessuras verticais vermos, mais tempo os lagos estiveram presentes, e mais tempo as condições habitáveis aqui permaneceram. Será que este ambiente antigo mudou ao longo do tempo? Será que o tipo de evidências que nós encontramos até agora representa uma transição para algo mais?

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Na imagem vemos duas formações proeminentes em uma imagem de dia 18 de agosto de 2016 na região “Murray Buttes” de Marte, obtida pelo Mastcam do Curiosity, separadas por aproximadamente 80 metros. A formação à direita mede cerca de 10 metros de altura e está a 82 metros da posição do rover aquando da captura das imagens. Crédito: NASA/JPL-Caltech/MSSS

A “Unidade de Hematita” e a “Unidade de Argila” acima da “formação Murray” foram identificadas com observações orbitais antes da chegada do Curiosity em Marte. A informação da composição, obtida com o instrumento CRIS (Compact Reconnaissance Imaging Spectrometer) a bordo da sonda MRO (Mars Reconnaissance Orbiter), tornou estes locais uma prioridade para a missão do rover. Tanto a hematita como a argila normalmente se formam em ambientes molhados.

Vasavada concluiu:

As unidades de Hematita e de Argila provavelmente indicam ambientes diferentes das condições registadas em rochas mais antigas por baixo e diferentes uma da outra. Será interessante ver se uma das unidades ou se ambas eram ambientes habitáveis.

A NASA aprovou a segunda extensão da missão do Curiosity este verão com base em planos apresentados pelo time da missão. Poderão ser consideradas, no futuro, extensões adicionais para explorar Monte Sharp acima. A missão do Curiosity já atingiu o seu objetivo principal de determinar se a região de pouso já ofereceu condições ambientais favoráveis à vida microbiana, caso Marte alguma vez tenha tido vida. A missão descobriu evidências de antigos rios e lagos, com uma fonte de energia química e todos os ingredientes químicos necessários para a vida como a conhecemos.

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Este mapa mostra o percurso do rover Curiosity desde o seu local de pouso, desde agosto de 2012, até setembro de 2016 em “Murray Buttes”, bem como percurso planejado até atingir destinos na “Unidade de Hematita” e na “Unidade de Argila” no Monte Sharp. Créditos: NASA/JPL-Caltech/MSSS/Universidade do Arizona

Fonte

NASA: NASA’s Curiosity Rover Begins Next Mars Chapter

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