18 de junho de 1997
Não Há Dia Sem História
O ideal dos acordos do SALT: lançamento dos satélites Iridium
No dia 18 de junho de 1997, há 19 anos, dezoito anos depois da assinatura do acordo de desarmamento SALT 2, um foguete de fabricação russa Proton K DM2 foi lançado da plataforma 81/23 do Cosmódromo de Baikonur carregando para uma órbita de cerca de 780 km uma série de sete satélites de comunicação LM 700, Iridium, de bandeira norte-americana, propriedade da Iridium Corp, fabricados pela Motorola.

A constelação de satélites Iridium
Segundo Ederson Fiss Weber e Wagner Peres, do Instituto Federal Riograndense, em “Sistema de Satélites Irirdium”, o sistema por satélite do Iridium é o único fornecedor de soluções por satélite verdadeiramente global, transmitindo voz e dados com cobertura completa na terra (incluindo oceanos, rotas aéreas e regiões polares). Através de uma constelação de 66 satélites de baixa órbita, (LEO) operados pela Boeing, o Iridium fornece serviços essenciais de comunicações até mesmo em áreas remotas onde as comunicações terrestres não estão disponíveis. Por meio da comunicação entre os satélites, é possível o uso do telefone celular mesmo nas regiões onde não podem ser construídos sistemas de transmissão em terra. Além disso, a baixa órbita dos satélites do Iridium (780 quilômetros de altitude) tem a vantagem de minimizar o atraso de propagação das ondas de rádio.
Em outros tempos, o foguete Proton era um poderosíssimo míssil ICBM (Intercontinental Balistic Missile) e poderia ter sido usado para conduzir bombas nucleares em sua ogiva. Os satélites, por sua vez, poderiam atender finalidades militares. A operação toda, no entanto, era pacífica, comercial.

A versão militar do Proton K DM2 podia aniquilar um continente
Transformar toda a estrutura bélica desenvolvida durante a chamada “guerra fria” em algo útil, gerador de desenvolvimento, não foi uma tarefa fácil e ainda não terminou. O acordo SALT 2 (Strategic Arms Limitation Talks), assinado em 18 de junho de 1979 em Genebra pelo presidente norte-americano Jimmy Carter (nascido em 1924 na Geórgia) e o presidente da União Soviética Leonid Brejnev (1906-1982), restringia a fabricação e uso dos mísseis balísticos intercontinentais (ICBM), classe de armamento na qual os soviéticos haviam alcançado uma sensível vantagem sobre os norte-americanos.
O acordo nunca foi ratificado pelo congresso norte-americano, em parte devido à invasão soviética no Afeganistão. Mas setores realistas de ambos os lados conseguiram, e continuam conseguindo, viabilizar objetivos pacíficos. O uso pacífico da tecnologia aeroespacial gera maior desenvolvimento científico e econômico do que o uso militar.
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