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maio 29

Evidências de antigos tsunamis em Marte revelam seu passado molhado

http://news.cornell.edu/sites/chronicle.cornell/files/VallesMarineris460.jpg?itok=8HiPlZdx

A imagem mapeia a região Valles Marineris em Marte, onde Alexis Rodriguez, Alberto Fairén e outros 12 cientistas examinaram linhas costeiras afetadas por tsunamis criados por impactos de meteoritos. Créditos: NASA/JPL-Caltech

Formas geológicas que possivelmente já foram linhas costeiras nas planícies norte de Marte convenceram os cientistas de que dois grandes meteoritos, os quais impactaram o planeta vermelho com alguns milhões de anos de diferença, desencadearam mega-tsunamis. Estas ondas gigantescas marcaram para sempre a paisagem marciana e produziram evidências de oceanos frios e salgados, eventualmente capazes de sustentar vida.

Alberto Fairén, cientista de Cornell e investigador principal do Centro de Astrobiologia de Madrid, explicou:

Há cerca de 3,4 bilhões de anos, um grande impacto de meteorito engatilhou a primeira onda de tsunami. Esta onda foi composta por água líquida. Há evidências que se formaram canais generalizados que transportaram a água de volta para o oceano.

Alberto Fairén, juntamente com o autor principal Alexis Rodriguez, membro do Instituto de Ciência Planetária juntamente com um time com mais 12 cientistas, publicaram o seu trabalho na Scientific Reports de 19 de maio de 2016, na Nature.

Os cientistas descobriram evidências de outro grande impacto de meteorito, que provocou uma segunda onda de tsunami. Nos milhões de anos entre os dois impactos e os seus mega-tsunamis associados, Marte passou por uma fria mudança climática, a água transformou-se em gelo. Fairén disse:

O nível do mar recuou desde a sua linha costeira original para formar uma segunda linha costeira, porque o clima tornou-se significativamente mais frio.

O segundo tsunami formou lóbulos arredondados de gelo. Fairén prosseguiu:

Estes lóbulos congelaram na superfície à medida que atingiam o seu ponto máximo de extensão e o gelo nunca mais voltou para o oceano marciano, o que implica que o oceano estava, pelo menos, parcialmente congelado na ocasião. O nosso estudo fornece evidências bastante sólidas para a existência de oceanos muito frios no passado de Marte. É muito difícil imaginar praias californianas no passado de Marte, mas tente imaginar os Grandes Lagos Norte Americanos em um inverno particularmente frio e longo; essa poderá ser uma imagem mais adequada da água que formava os mares e oceanos no Marte primordial.

Estes lóbulos gelados mantiveram as suas fronteiras bem definidas e as suas formas relacionadas com o fluxo, comentou Fairén, sugerindo que o antigo oceano gelado era salgado.

As águas salgadas e frias podem oferecer refúgio a vida em ambientes extremos, pois os sais ajudam a manter a água líquida… se a vida já existiu em Marte, estes lóbulos gelados do tsunami são excelentes candidatos para a procura de bioassinaturas.

O artigo da pesquisa, intitulado “Tsunami Waves Extensively Resurfaced the Shorelines of an Early Martian Ocean”, foi patrocinado pela NASA. Fairén foi suportado pelo European Research Council.

Fonte

Cornell: Ancient tsunami evidence on Mars reveals life potential

Artigo Científico

Nature: Tsunami waves extensively resurfaced the shorelines of an early Martian ocean

._._.

1680-Tsunami-waves-extensively-resurfaced-the-shorelines-of-an-early-Martian-ocean

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