Não Há Dia Sem História
25 de março de 1655
Huygens: Titã e os anéis de Saturno

Titã é a maior lua de Saturno e a segunda maior lua do Sistema Solar. Aqui vemos o halo de Titã mostrado pela sonda Cassini. Crédito: NASA/missão Cassini
No dia 25 de março de 1655, início de primavera no hemisfério Norte, há 361 anos, o astrônomo holandês Christiaan Huygens descobriu o maior satélite de Saturno, Titã, um astro com diâmetro quase 1,5 vezes maior que a Lua, envolto numa densa atmosfera que reflete numa tonalidade alaranjada.
Huygens representa o passo seguinte a Galileu, na evolução da astronomia. Galileu, falecido em 1642, supunha que Saturno fosse um sistema triplo – uma possibilidade plausível, sim, mas um engano causado pela limitação do telescópio por ele utilizado. Huygens corrigiu o engano e deu um passo a frente, esclarecendo que as “protuberâncias” laterais de Saturno eram anéis. A diferença entre as distâncias, da Terra aos astros descobertos por Galileu e por Huygens, mostram ainda mais claramente a evolução.
Os quatro satélites de Júpiter descobertos por Galileu estão a uma distância de cerca de 630 milhões de quilômetros da Terra, na condição em que Galileu os focalizou com sua pequena luneta. Usando um telescópio um pouco maior, o olho de Huygens atingiu Titã a quase 1,3 bilhão de quilômetros.
Galileu fez parte de uma geração de pioneiros na observação do Sol. Huygens, um pouco mais adiante, inicia o estudo da luz e debate sobre a sua natureza, ondulatória ou corpuscular, com ninguém menos do que Newton. O seu “Tratado sobre a luz” é uma obra antológica.
Huygens entrou na faculdade aos 16 anos. Aos 22 publicou um trabalho sobre geometria (Theoremata de quadratura hyperboles, ellypsis et circulli – 1651) e mais tarde foi convidado por Luiz XIV para integrar o núcleo do que viria a ser a Academia de Ciências de Paris. Sempre se dedicou ao estudo do pêndulo, especialmente na aplicação em relógios. Descobriu Titã aos 26 anos.
Huyghens faleceu em 1695, aos 66 anos, tendo construído uma biografia sofisticada e marcada por uma relação honesta e serena com a ciência.
Milton W.
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