Cientistas elucidam a história da metamorfose das galáxias desde o início do Universo até hoje

Especialistas da Universidade Cardiff fornecem as primeiras evidências diretas das ‘metamorfoses galácticas’

http://cdn.spacetelescope.org/archives/images/large/heic0719a.jpg

A galáxia espiral M74: o início o Universo era dominado por galáxias em formato de disco, como a Messier 74 nesta imagem capturada pelo Hubble.

Uma equipe internacional de cientistas, liderada por astrônomos da Escola de Física e Astronomia da Universidade de Cardiff (School of Physics and Astronomy), demonstrou pela primeira vez que as galáxias podem mudar sua estrutura ao longo de sua vida.

Através da observação das galáxias mais próximas (Universo atual) e olhando para trás no tempo (Universo primordial) usando os telescópios Hubble e Herschel, os cientistas mostraram que uma grande proporção de galáxias passou por uma “metamorfose” desde que foram inicialmente formadas no início do Universo.

Ao prover a primeira evidência direta da extensão dessa transformação, a equipe espera lançar uma nova visão sobre os processos que causaram essas dramáticas mudanças e, portanto, ganhar um melhor entendimento da aparência e das propriedades do Universo como o conhecemos hoje.

http://www.cardiff.ac.uk/news/view/134843-astronomers-unravel-the-history-of-galaxies-for-the-first-time

Em novo estudo, publicado na MNRAS (Monthly Notices of the Royal Astronomical Society), os pesquisadores analisaram cerca de 10.000 galáxias usando os dados do rastreamento de todo o céu fornecido pelos projetos ATLAS e GAMA do observatório espacial Herschel da ESA.

Assim, os cientistas classificaram as galáxias em dois tipos principais:

  1. Galáxias planas, giratórias e em formato de disco (como a nossa galáxia Via Láctea);
  2. Galáxias grandes e esféricas com uma pletora de estrelas desordenadas.

Em seguida, usando os telescópios Hubble e Herschel, os cientistas analisaram o Universo distante, examinando o passado do Cosmos, a fim de observar e comparar a amostra das galáxias próximas contra o levantamento das galáxias primordiais, ou seja, as que se formaram pouco tempo depois do Big Bang.

Os pesquisadores demonstraram que 83% das estrelas formadas desde o Big Bang estiveram inicialmente localizadas em galáxias de formato discoide.

Entretanto, apenas 49% das estrelas que existem no Universo atual (nas galáxias mais próximas) estão localizadas nestas galáxias em formato de disco, as restantes estão localizadas em galáxias esféricas.

Os resultados sugerem uma transformação enorme em que as galáxias em forma de disco se tornaram galáxias em forma esférica.

Uma teoria popular sugere que esta transformação foi provocada por muitas catástrofes cósmicas. Por exemplo: duas galáxias dominadas pelo formato de disco, ao interagirem muito próximas uma da outra, foram forçadas pela gravidade a se fundir em uma única galáxia. A colisão destruiu os discos e produziu uma pletora de estrelas desorganizadas.

Em contrapartida, uma teoria oposta diz que a transformação foi um processo mais gentil, em que as estrelas formadas no disco se moveram gradualmente para o seu centro e produziram uma pilha central de estrelas.

O autor líder desse estudo Steve Eales comentou:

Já se conhecia a ideia da metamorfose, mas ao combinar dados do Herschel e Hubble, fomos pela primeira vez capazes de medir com precisão a extensão desta transformação.

As galáxias são os blocos básicos de construção do Universo, então, esta metamorfose representa uma das mudanças mais significativas em termos de aparência e propriedades dos últimos 8 bilhões de anos.

Fonte

Cardiff University: Unraveling the history of galaxies

Artigo Científico

MNRAS: H-ATLAS/GAMA: quantifying the morphological evolution of the galaxy population using cosmic calorimetry

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1506.05466v2-H-ATLAS_GAMA-quantifying-the-morphological-evolution-of-the-galaxy-population-using-cosmic-calorimetry

3 comentários

  1. O que não existe é gravidade como força, existe gravitação ou força gravítica e gravidade é a sua resultante apenas na Terra.

    Mas leia-se com a devida atenção o paper, paginas 2, 3 e seguintes. Refere toda uma literatura científica em que de facto “Os resultados sugerem uma transformação enorme em que as galáxias em forma de disco se tornaram galáxias em forma esférica.”

    O contrário é que nunca foi observado.

    O que é importante é verificar-se as alterações morfológicas entre galáxias activas e passivas.

  2. Pela frase “Os resultados sugerem uma transformação enorme em que as galáxias em forma de disco se tornaram galáxias em forma esférica.” é demonstrado o desconhecimento do que seja gravidade, pois o resultado teria que ser o inverso.

      • ROCA em 08/03/2017 às 18:43
        Autor

      De forma alguma. O seu comentário demonstra que: ou você não leu o artigo na íntegra, ou não compreendeu os resultados desse estudo que envolveu 10.000 galáxias tanto do Universo antigo quanto no Universo mais recente.

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