ESO 137-001: galáxia espiral deixa gigantesco rastro ao se mover

ESO 137-001 é uma galáxia espiral delicada e bonita, mas com um segredo…

http://apod.nasa.gov/apod/image/1508/heic1404b1920.jpg

Esta imagem combina observações do Telescópio Hubble da NASA/ESA com dados do Observatório de raios-X Chandra. Além das faixas azuis emanadas a partir da galáxia ESO 137-001, uma corrente gigante de gás pode ser vista prolongado-se para a parte de baixo da imagem, apenas detectada em raios-X pelo Chandra. Crédito: NASA, ESA, CXC

Esta imagem do Hubble mostra a galáxia espiral ESO 137-001, emoldurada contra um fundo brilhante à medida que se move através do coração do aglomerado de galáxias Abell 3627. Este aglomerado de galáxias está rasgando violentamente as entranhas da galáxia espiral ESO 137-001 para o espaço, deixando faixas azuis e brilhantes como indícios reveladores deste “crime cósmico”. A galáxia espiral ESO 137-001 está localizada na constelação do Triângulo Austral, nos céus meridionais.

Esta imagem não só captura a galáxia e o seu pano de fundo em detalhes impressionantes, como também algo mais dramático, intensas listras azuis fluindo para fora da galáxia, que brilham no ultravioleta.

Estas faixas são na realidade estrelas jovens e quentes, envoltas em correntes de gás que está sendo arrancado da galáxia à medida que se move pelo espaço. Este desnudamento galáctico violento é devido a um processo conhecido como pressão de arraste – uma força sentida por um objeto que se move através de um fluido (uma analogia simples e rápida deste efeito: imagine meter a cabeça do lado de fora de um carro em andamento ou andar numa piscina). O fluido em questão é o gás superaquecido, que se esconde nos centros dos aglomerados de galáxias.

Esta imagem também mostra outros sinais indicadores do processo, tais como a aparência encurvada do disco de gás e poeira, um resultado das forças exercidas pelo gás aquecido. O arrasto do aglomerado de galáxias pode ser forte o suficiente para dobrar ESO 137-001, mas neste jogo da corda cósmico a atração gravitacional da galáxia é suficientemente forte para segurar a maioria da sua poeira, embora sejam visíveis algumas faixas castanhas de poeira deslocadas pelo despojamento.

O estudo da extração por pressão de arraste ajuda os astrônomos a melhor compreender os mecanismos que orientam a evolução das galáxias. Por exemplo, vai deixar esta galáxia com muito pouco do gás frio que é essencial para a formação de estrelas, efetivamente tornando a galáxia estéril, ou seja, incapaz de formar novas estrelas.

http://heritage.stsci.edu/2014/14/big.html

Galáxia Expiral ESO 137-001 pelo Hubble no espectro visível

ESO 137-001 faz parte do aglomerado de galáxias Norma, um aglomerado de galáxias perto do centro do Grande Atrator, uma região do espaço que ganhou este nome por ser tão grande e por ter uma força gravitacional tão forte, que puxa aglomerados de galáxias inteiros na sua direção. Esta região está localizada a cerca de 200 milhões de anos-luz da Via Láctea. Tanto a nossa Galáxia como o nosso aglomerado de galáxias, o Grupo Local, estão a ser lentamente transportados para esta região misteriosa.

Apesar de estar relativamente perto por padrões cósmicos, capturar apenas um vislumbre do aglomerado de galáxias Norma não é tarefa fácil. Observado da Terra, o aglomerado de galáxias fica relativamente próximo do plano da Via Láctea mas é obscurecido por uma espessa nuvem de poeira cósmica. Entretanto, o Hubble está à altura deste desafio, usando os dados do WFC3 (Wide Field Camera 3).

Tal como acontece com a maioria das imagens do Hubble, esta não é apenas uma bela imagem. Ela nos conta muito sobre o ambiente hostil no coração de um aglomerado de galáxias e esclarece o destino de galáxias como ESO 137-001 que se encontram em passagem através deste.



Fontes

NASA/Hubble: Spiral galaxy spills blood and guts

APOD:

._._.

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