Hubble captura um close-up de M5, o aglomerado globular que Charles Messier pensava ser apenas uma nebulosa

http://apod.nasa.gov/apod/image/1506/m5hst2048.jpg

Close-up do núcleo aglomerado globular estelar M5 capturado pelo Hubble

Assim começa a 5a entrada no famoso catálogo de nebulosas e aglomerados estrelares do astrônomo Charles Messier, no século XVIII:

Belíssima nebulosa descoberta entre a Balança [Librae] & a Serpente [Serpens]…  não contém nenhuma estrela, é redondo e pode ser visto muito bem em um céu escuro e limpo, com um [telescópio] refrator de 1 pé…

Embora este objeto cósmico tenha aparecido para Charles Messier, astrônomo francês (1730-1817), como indistinto, difuso, redondo e desprovido de estrelasMessier 5 (M5) é hoje um conhecido aglomerado estelar globular com mais de 100.000 estrelas atraídas entre si pela gravidade e empacotadas em uma pequena região de somente 165 anos luz de diâmetro.

O aglomerado globular Messier 5 reside a 25.000 anos luz de distância da Terra. Navegando pelo halo de nossa galáxia, os aglomerados globulares são membros anciões da Via Láctea.

M5 é um dos aglomerados globulares mais antigos. Suas estrelas têm cerca de 13 bilhões de anos de idade. O estudo dos aglomerados globulares antigos é uma das diversas formas de se calcular a idade do Universo.

Este portentoso aglomerado globular estelar é um alvo popular para os telescópios terrestres.

E, como não poderia deixar de acontecer, o Hubble também apontou suas poderosas lentes para capturar esta estonteante visão em close-up que cobre uma área de 20 anos-luz na área central do aglomerado globular M5.

Mesmo próximas do seu denso núcleo, à esquerda da imagem, as velhas estrelas gigantes azuis e vermelhas, além das rejuvenescidas estrelas retardatárias (blue stragglers) [1], se destacam em tons de amarelo e azul nesta precisa imagem colorida.

Nota

[1] As estrelas rejuvenescidas azuis, corpos mais quentes e massivos do que seria esperado para sua idade aparente, são encontradas em aglomerados estelares onde os astrônomos estimam que todas as suas estrelas se formaram ao mesmo tempo. Sabemos que as estrelas massivas esgotam seu combustível nuclear mais rápido que as demais de baixa massa e saem da seqüência principal rapidamente. Assim, os cientistas consideram surpreendente que as estrelas rejuvenescidas consigam durar bem mais tempo e não tenham se transformado em gigantes vermelhas ou em remanescentes inertes, mais conhecidos como as anãs brancas. Uma possível explicação é que as rejuvenescidas azuis se originam a partir de estrelas normais que tem sofrido um recente aumento de massa, seja através de uma colisão e fusão com outra estrela ou mediante uma transferência de massa entre companheiras binárias. Pesquisas recentes indicam que ambos os mecanismos são considerados válidos. Veja o diagrama abaixo:

http://eternosaprendizes.com/2010/01/15/estrelas-vampiras-conseguem-tornar-se-mais-jovens/

A ilustração demonstra duas maneiras pelas quais as estrelas rejuvenescidas (blue stragglers) se formam em aglomerados globulares. Na parte superior vemos o modelo colisional onde duas estrelas de menor massa em um ambiente agrupado experimentam uma colisão, fundindo-se em uma estrela azul mais quente. Na ilustração inferior vemos a vampirização realizada pela estrela menor que rejuvenesce roubando o hidrogênio de sua companheira gigante. Crédito: ESA/NASA/Hubble

Fonte

APOD: Hubble’s Messier 5 – Crédito da Imagem: HSTESANASA

Artigo Científico

The Blue Straggler Population of the Globular Cluster M5: Comparison with M3

._._.

0605047v1-The-Blue-Straggler-Population-of-the-Globular-Cluster-M5-Comparison-with-M3

 

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