Usando o Telescópio Espacial Hubble, um time de astrônomos finalmente descobriu a companheira estelar de um tipo raro de supernova. A descoberta confirma a teoria antiga de que a supernova SN 1993J ocorreu em um sistema binário, onde duas estrelas em interação provocaram uma explosão cósmica.
Alex Filippenko, professor de astronomia da Universidade da Califórnia, em Berkeley, EUA, explicou:
Tal cenário é como uma cena de um crime onde finalmente identificamos o vilão. A estrela companheira roubou uma quantidade considerável do hidrogênio antes da estrela primária explodir.
SN 1993J é o exemplo de uma supernova do Tipo IIb, explosões estelares incomuns que contêm muito menos hidrogênio do que aquele encontrado numa típica supernova. Os astrônomos acreditam que a estrela companheira roubou a maior parte do hidrogênio antes da estrela principal explodir e que continuou a nucleossíntese estelar mas como uma estrela super quente de hélio.
Ori Fox, investigador da mesma universidade, afirmou:
É necessário um sistema binário para que a estrela principal perca a maioria do seu invólucro de hidrogênio antes da explosão. O problema é que, até à data, têm sido difíceis de obter observações diretas da companheira, uma vez que é muito tênue relativamente ao brilho remanescente da própria supernova.
A remanescente de supernova SN 1993J reside na galáxia Messier 81, a cerca de 11 milhões de anos-luz de distância na direção da constelação de Ursa Maior. Desde a sua explosão, há 21 anos, os cientistas procuram pela estrela companheira. As observações com o Observatório W. M. Keck em Mauna Kea, no Havaí, sugeriram que a companheira desaparecida irradiava grandes quantidades de radiação ultravioleta, mas a área da supernova estão tão energizada que os cientistas não podiam ter a certeza que estavam medindo a estrela certa.
A equipe combinou dados óticos com imagens ultravioleta do Hubble para construir um espectro que estava em conformidade com o brilho previsto da estrela companheira, também conhecido como emissão contínua. Os cientistas só recentemente foram capazes de detectar esta radiação diretamente.
Azalee Bostroem do STScI (Space Telescope Science Institute) em Baltimore, Maryland, EUA, disse:
Nós fomos capazes de obter esse espectro UV com o Hubble. Este mostra conclusivamente que temos um excesso de emissão contínua no ultravioleta, mesmo após a luz das estrelas ter sido subtraída.
Os astrônomos estimam que ocorre uma supernova a cada segundo em algum lugar no Universo, mas ainda não entendem completamente como é que as estrelas explodem. Serão precisas mais pesquisas para melhor compreender as propriedades desta estrela companheira e os diferentes tipos de supernovas.
Os resultados deste estudo foram publicados na edição de 20 de julho da revista The Astrophysical Journal.
Fontes
Physorg: Hubble finds supernova companion star after two decades of searching
NASA: Hubble finds supernova companion star after two decades of searching
Artigo Científico
ArXiv: Uncovering the Putative B-Star Binary Companion of the SN 1993J Progenitor
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