ICRAR: Galáxias gigantes ganham massa ao absorver galáxias menores

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Algumas das milhares de galáxias em processo fusão estudadas pela pesquisa GAMA.
Créditos: Professor Simon Driver e Dr. Aaron Robotham – ICRAR

Conforme recente pesquisa do ICRAR (International Centre for Radio Astronomy Research – University of Western Australia), as galáxias gigantescas do Universo já pararam de fabricar as suas próprias estrelas e em vez disso alimentam-se de galáxias vizinhas.

Os astrônomos observaram mais de 22.000 galáxias e descobriram que, enquanto galáxias menores são muito eficientes na criação de estrelas a partir de aglomerados gás e poeira, as galáxias mais massivas são ineficientes na formação estelar, produzindo poucas estrelas novas, mas crescem através da assimilação de outras galáxias menores vizinhas.

Dr. Aaron Robotham do ICRAR, afirmou que galáxias menores e “anãs” são devoradas pelas suas homólogas maiores.

Todas as galáxias começam pequenas e crescem através da acreção de gás e poeira, transformando-os em estrelas de modo muito eficiente. Mas, de vez em quando, são completamente canibalizadas por uma galáxia maior.

http://www.icrar.org/_nocache/?a=2610282

Dr. Aaron Robotham do ICRAR. Crédito: Dr Joe Liske.

Robotham, líder da pesquisa, disse que a nossa própria Via Láctea está agora passando por um ponto crítico e espera-se agora que cresça principalmente através da ingestão de galáxias menores, em vez de recolher gás intergaláctico.

A Via Láctea não se junta a outra galáxia grande há muito tempo mas ainda é possível observar restos de todas as galáxias antigas que canibalizou. A nossa galáxia também vai absorver duas galáxias anãs próximas, a Grande e a Pequena Nuvem de Magalhães, daqui a aproximadamente quatro bilhões de anos.

Mas o Dr. Robotham acrescenta que a Via Láctea eventualmente acabará por receber um ‘castigo cósmico’ quando se fundir com a Galáxia de Andrômeda daqui a cerca de cinco bilhões de anos.

Tecnicamente, Andrômeda é que nos assimilará, porque é a mais massiva das duas.

Andromeda and the Milky Way Collide! por ICRAR em Vimeo.

Quase todos os dados da investigação foram recolhidos com o Telescópio Anglo-Australiano na Nova Gales do Sul, como parte do estudo GAMA (Galaxy And Mass Assembly), liderado pelo professor Simon Driver do ICRAR. O estudo GAMA envolve mais de 90 cientistas e levou sete anos a ser concluído. Este estudo é um dos mais de 60 publicados que resultaram do esforço coletivo técnico, além e outros 180 estudos em andamento.

Robotham afirmou que à medida que as galáxias crescem, aumentam a sua gravidade e isso pode, portanto, atrair com mais facilidade seus vizinhos galácticos. Ele salienta que a razão da formação estelar abrandar em galáxias gigantes é devida aos eventos extremos de feedback na região muito brilhante no centro das galáxias conhecida como núcleo galáctico ativo.

O tema é muito debatido, mas um mecanismo popular é que o núcleo galáctico ativo basicamente cozinha o gás e impede-o de esfriar para formar novas estrelas.

Por fim, a gravidade faz com que todas as galáxias se agrupem intimamente em aglomerados e originem algumas galáxias super-gigantes, mas vamos ter que esperar muitos milhares de milhões de anos até isso acontecer.

Se esperássemos muito, muito, muito tempo, isso eventualmente acabaria por acontecer, mas por muito tempo eu quero dizer muitas vezes a idade do Universo [até agora].

O estudo foi publicado na revista Monthly Notices of the Royal Astronomical Society, da Universidade de Oxford.

Fontes

Physorg: Monster galaxies gain weight by eating smaller neighbors

ICRAR: Monster galaxies gain weight by eating smaller neighbours

Artigo Científico

ArXiv.org: Galaxy And Mass Assembly (GAMA): Galaxy close-pairs, mergers, and the future fate of stellar mass

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