Estamos vivenciando o Máximo Solar e nosso Sol tem estado bastante ocupado. Em 20 de abril de 2014 o Sol foi capturado exibindo numerosas áreas agitadas incluindo as regiões ativas de manchas solares AR 2036 no topo e AR 2038 no centro.
Lembramos que há quatro anos o Sol estava saindo de um raro mínimo Solar mais fraco que durou vários anos. A imagem acima foi registrada em uma única cor na faixa de radiação denominada Hidrogênio-α [1]. Para uma melhor visualização, a foto original foi processada sofrendo inversão e colorização especial (cor falsa).
Espículas solares se destacam, cobrindo a maior parte da superfície solar como um carpete.
O visível aumento gradual (lembre-se que a imagem está invertida – o escuro está claro e vice-versa) do brilho na direção das bordas solares é causado pela absorção aumentada do gás solar relativamente mais frio, um fenômeno chamado escurecimento da borda (limb darkening). As causas são duas:
- A densidade da estrela diminui à medida que a distância a partir do centro aumenta.
- A temperatura da estrela diminui à medida que a distância a partir do centro aumenta.
Em volta das bordas solares, várias protuberâncias filamentares solares emergem, enquanto que as protuberâncias na face do Sol são vistas como riscos de luz. Possivelmente o efeito visual mais interessante nesta imagem são as regiões de violentos campos magnéticos associadas as manchas solares, relativamente mais frias, vistas como pontos brancos, nesta imagem invertida.

O Sol capturado pelo Observatório de Dinâmica Solar (SDO) em 20 de abril de 2014 através do canal AIA 193. Este canal destaca a atmosfera exterior do Sol (corona) bem como os clarões de plasma quente. Regiões quentes ativas, erupções solares e ejeções de massa coronal aparecem brilhantes aqui. As áreas escuras (buracos coronais) são lugares onde pouca radiação é emitida, no entanto, estas regiões são a principal fonte das partículas do vento solar. Comprimento de onda do canal = 193 ângstroms = Ultravioleta Extremo; Íons primários vistos: Ferro ionizado 11 vezes (Fe XII); Temperatura Característica: 1,25 milhões de graus Kelvin
Durante o Máximo Solar, o período mais ativo do Sol ao longo do ciclo magnético de 11 anos, o Sol inverteu seu campo magnético e tem criado inúmeras “descargas elétricas” que incluem protuberâncias eruptivas, ejeções de massa coronal e clarões que emitem nuvens gigantescas de partículas ionizadas as quais, quando atingem a Terra, causam as belíssimas auroras.
Há dois anos uma explosão solar liberou uma torrente de partículas carregadas dento do Sistema Solar que, caso fosse direcionada e atingisse a Terra, poderia ter causado danos sensíveis aos satélites artificiais e comprometido usinas elétricas no solo. Felizmente, a Terra não estava no alvo desta tempestade solar.

Sol há 4 anos (junho de 2010) com os mesmos efeitos da imagem de 2014 (Friedman usou o filtro para Hidrogênio alfa e reverteu a imagem). Na ocasião o Sol estava saindo de uma fase bem calma, o mínimo solar. Crédito: © Alan Friedman (Averted Imagination)
Nota
[1] Hidrogênio-alfa (Hα) é uma linha espectral específica (cor vermelho escuro) visível na série de Balmer criada pelo gás hidrogênio, com um comprimento de onda de 656,28 nanômetros, que ocorre quando um eléctron de hidrogênio muda do terceiro para o segundo menor nível de energia. A radiação Hα é importante para os astrônomos, uma vez que é emitida pelas nebulosas de emissão e pode ser usada para observar características específicas na atmosfera do Sol, incluindo a proeminências solares.
Fonte
APOD: Orange Sun Sparking – Crédito ©: Alan Friedman (Averted Imagination)
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1 menção
[…] torno de 11 anos. Durante o mínimo de atividade solar, o Sol não apresenta quase nenhuma mancha. Durante o máximo solar, normalmente mais de 100 manchas solares cobrem, em média, até 1% da superfície do […]