07 de março – Galileo Galilei e Sidereus Nuncius

Não Há Dia Sem História
Galileo Galilei e Sidereus Nuncius

Galileo Galilei - Sidereus Nuncius (1610): La Luna (A Lua). 'Sidereus Nuncius' (conhecido como 'Mensageiro sideral' e também sob a acepção de 'Mensagem sideral' ou ainda 'Mensageiro das Estrelas') é um folheto de 24 páginas escrito em latim por Galileo Galilei e publicado em Veneza em Março de 1610. Foi o primeiro tratado científico baseado em observações astronômicas realizadas com um telescópio. Contém os resultados das observações iniciais da Lua, das estrelas e das luas de Júpiter. A sua publicação é considerada a origem da moderna astronomia e provocou o colapso da teoria geocêntrica.

Galileo Galilei – Sidereus Nuncius (1610): La Luna (A Lua). ‘Sidereus Nuncius’ (conhecido como ‘Mensageiro sideral’ e também sob a acepção de ‘Mensagem sideral’ ou ainda ‘Mensageiro das Estrelas’) é um folheto de 24 páginas escrito em latim por Galileo Galilei e publicado em Veneza em Março de 1610. Foi o primeiro tratado científico baseado em observações astronômicas realizadas com um telescópio. Contém os resultados das observações iniciais da Lua, das estrelas e das luas de Júpiter. A sua publicação é considerada a origem da moderna astronomia e provocou o colapso da teoria geocêntrica.

No dia 7 de março de 1610, há 404 anos, Júpiter iniciava seu declínio para oeste e uma ebulição estava para acontecer na Europa. Galileu estava em Veneza. Havia decorrido dois meses desde que, em 7 de janeiro, ele descobrira os primeiros três satélites de Júpiter. A quarta lua ele descobrira seis dias depois. Trabalhava freneticamente nas observações astronômicas, na construção de telescópios, no polimento de lentes, nos contatos com os monarcas da corte, na correspondência com outros astrônomos. E escrevia.

O seu livro “Sidereus Nuncius“, o grandiloqüente “Mensageiro das estrelas”,  que trazia na capa a autoproclamação “eu G.G., fiz” e no conteúdo a essência de sua trajetória de astrônomo, estava pronto. Os primeiros exemplares estavam sendo impressos. Galileu ainda buscava meios de aumentar os patrocínios, reservando espaços na introdução, no prólogo e nas orelhas. Trabalhava, trabalhava muito.

Ele sabia que tinha em mãos uma revolução cultural astronômica e uma ferramenta política eficaz, se bem utilizada. Ambicioso, almejava ascensão política e social com o olhar de uma lente grande angular, enquanto pelo pequeno telescópio descobria e anotava mistérios da topografia da Lua, os satélites de Júpiter, as manchas solares.

Ele havia se tornado uma revolução em si mesmo e não demonstrava a mínima inclinação por qualquer coisa a menos do que isso: ser uma revolução. A sua projeção já chamara a atenção do Santo Ofício. A doutrina de Copérnico era considerada como um mal. Um mal ligado mais à reforma. Como tal, alguns cardeais, entre eles o cardeal Roberto Belarmino, tinham-na como nociva, já em 1610. Mas, na corte, nem todo mundo pensava assim e,  mesmo em muitos setores da igreja, sobretudo jesuítas, havia quem aceitasse Copérnico sem ressalvas.

A declaração formal de que a doutrina de Copérnico era considerada filosoficamente absurda e teologicamente herética, viria somente seis anos mais tarde. Para um Galileu que estava agindo com precisão científica e audácia política, calçado nos trabalhos de gigantes como Copérnico, Tycho Brahe e Kepler, qualquer oposição do Santo Ofício não soaria muito mais do que simples impertinência.

Se bem que muitos ainda sentissem o cheiro da carne queimada de Giordano Bruno, mesmo assim, Galileu deu a ordem para a impressão e começou a distribuir, ainda em março de 1610, os primeiros exemplares do “Mensageiro das estrelas”.

Milton W.

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