A sonda anisotrópica WMAP se aposenta após 9 anos de operação, mas as pesquisas prosseguem…

Esta visão detalhada de todo o céu mostra o jovem Universo a partir de 7 anos de pesquisa via WMAP. A imagem revela flutuações em torno da temperatura média do Universo de 2,725 +/- 0,0002 Kelvin (aparece nas diferenças de cor) que correspondem às sementes que cresceram para se tornarem nas galáxias. O ruído causado pela Via Láctea foi subtraído dessa imagem usando dados de várias freqüências. A imagem mostra um intervalo de temperatura de +/- 200 microKelvin (0,0002 graus K), as regiões vermelhas são as áreas mais quentes no céu e as azuis mais frias. Crédito: NASA / time do WMAP

Esta visão detalhada de todo o céu mostra o jovem Universo a partir de 7 anos de pesquisa via WMAP. A imagem revela flutuações em torno da temperatura média do Universo de 2,725 +/- 0,0002 Kelvin (aparece nas diferenças de cor) que correspondem às sementes que cresceram para se tornarem nas galáxias. O ruído causado pela Via Láctea foi subtraído dessa imagem usando dados de várias freqüências. A imagem mostra um intervalo de temperatura de +/- 200 microKelvin (0,0002 graus K), as regiões vermelhas são as áreas mais quentes no céu e as azuis mais frias. Crédito: NASA / time do WMAP

A sonda anisotrópica de rastreamento de microondas WMAP (Wilkinson Microwave Anisotropy Probe) concluiu as suas observações da radiação cósmica de fundo, a radiação primordial do Universo, após nove anos de operação. A sonda forneceu a comunidade científica informações inéditas sobre o brilho cósmico remanescente e propiciou a consolidação do modelo científico que descreve a história e a estrutura do Universo.

“A WMAP abriu uma janela para o Universo antigo que só podíamos imaginar há uma geração atrás,” afirmou Gary Hishaw, astrofísico do Centro Aeroespacial Goddard da NASA em Greenbelt, Maryland, EUA, que coordena esta missão. “A equipe ainda está ocupada analisando os dados coletados ao longo dos 9 anos de operação, resultados estes ansiosamente aguardados pela comunidade científica.”

WMAP se aposentou

A sonda WMAP foi desenhada para providenciar um olhar mais detalhado sobre as diferenças de temperatura na radiação cósmica de fundo, detectadas pela primeira vez em 1992 pela sonda COBE (Cosmic Background Explorer) da NASA. A equipe de cientistas do WMAP respondeu a muitas questões sobre a idade e a composição do Universo primordial. Os dados científicos finais foram capturados entre 20 de agosto e 8 de setembro de 2010 e em seguida a sonda ligou seus motores, abandonando sua órbita operacional, e entrou em uma órbita permanente em torno do Sol.

“Nós lançamos a missão WMAP em 2001 e produzimos resultados muito além dos objetivos científicos originais do projeto e agora é altura de uma conclusão responsável para as operações do satélite,” afirmou Charles Bennett, investigador principal da WMAP na Universidade Johns Hopkins em Baltimore.

A WMAP detecta um sinal da radiação remanescente do recém formado e aquecido Universo, um padrão “congelado” de quando o Cosmos tinha apenas 380.000 anos de idade. À medida que o Universo crescia durante os 13 bilhões de anos seguintes, esta luz perdeu energia e foi desviada para comprimentos de onda cada vez mais longos. Hoje, é detectável na faixa do espectro das microondas.

O satélite está no Livro Guiness dos Recordes pela “mais precisa medição da idade do Universo.” A missão estabeleceu que o Cosmos têm a idade estimada em 13,75 bilhões de anos, com um erro de 1%.

A missão também mostrou que os átomos normais, a matéria bariônica, constituem apenas 4,6% do Cosmos atual e verificou que a composição do Universo consiste basicamente de duas entidades que os cientistas ainda não compreendem muito bem.

A matéria escura, que constitui 23% do Universo observável é algo ainda a ser detectado em laboratório. A energia escura é uma entidade da física que atua como uma `gravidade repulsiva’, uma característica inerente a geometria ds estrutura espaço-tempo do Cosmos. A WMAP confirmou a sua existência e determinou a energia escuro domina o Universo,  correspondendo a 72% do Cosmos.

Outra descoberta importante da WMAP envolve uma hipótese de “explosão de crescimento” chamada de inflação cósmica. Durante décadas, os cosmologistas sugeriram que o Universo passou por uma fase de crescimento extremamente rápido no seu primeiro bilionésimo de segundo de existência. As observações da WMAP suportam a noção que a inflação realmente ocorreu, e as suas medições detalhadas agora excluem vários cenários bem-estudados de inflação enquanto providenciam suporte para outros.

“Surpreende-me sempre o fato de conseguirmos fazer uma medição que pode distinguir entre o que pode ou não ter acontecido no primeiro bilionésimo de segundo do Universo,” afirmou Bennett.

O WMAP foi o primeiro satélite a usar o ponto de balanço gravitacional conhecido como ponto de Lagrange L2 (do sistema Terra-Sol) como seu local de observação. Este ponto situa-se a 1,5 milhões de quilômetros de distância da Terra, alinhado com o Sol e a Terra.

“A WMAP deu-nos medições definitivas dos parâmetros fundamentais do Universo,” afirmou Jaya Bapayee, executivo do programa WMAP na sede da NASA em Washington. “Os cientistas vão usar os dados durante anos, na sua busca de melhor compreender o Universo.”

Fonte

NASA: NASA’s WMAP Project Completes Satellite Operations

1 menção

  1. […] encontradas até à data em na CMB, inicialmente pelo observatório espacial da NASA chamado Wilkinson Microwave Anisotropy Probe (WMAP) e, mais recentemente, pelo observatório espacial Planck, […]

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