LCROSS olha de volta para cá e detecta vida na Terra

LCROSS: Visão da Terra pela Nir e câmeras termais

LCROSS: Visão da Terra pela Nir e câmeras térmicas

O Satélite de Observação e Detecção de Crateras Lunares (LCROSS), um componente da missão do Lunar Reconnaissance Orbiter (LRO), realizou uma calibragem de rotina dos seus instrumentos há uns dias, apontando-os para a Terra para observar o que nosso planeta se parece visto de fora.

E o que LCROSS encontrou? a presença de Vida!

Este espectro do primeiro gráfico (abaixo) cobre parte da faixa de freqüências da luz ultravioleta e visível. As grandes quedas na linha do gráfico se devem a absorção da luz por parte de certas moléculas; estas quedas são as assinaturas da presença de átomos e moléculas específicas. Podemos ver aqui que LCROSS detectou claramente ozônio (O3) e água, o que até se poderia ver em qualquer outro planeta velho. Mas o LCROSS viu também uma característica especial que é a presença massiva do oxigênio livre (O2) — é sutil, mas definitivamente está aí — e isto é algo que não se vê por todos os lugares. Por que não?

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A existência do Oxigênio Livre…

O oxigênio livre (O2) é bastante instável: coloque um pouco de O2 na atmosfera de um planeta aleatório e em pouco tempo este terá desaparecido, reagindo quimicamente e combinando-se com outras moléculas para fazer dióxido de carbono e óxidos ou algo similar. A única razão pela qual temos uma grande quantidade de O2 em nosso ar (mais de 20% da atmosfera da Terra é composta por O2) é devido a presença da vida sob a forma de plantas. As plantas, via fotossíntese fabricam o O2 tão rápido quanto os animais e as reações químicas o consomem, mantendo o equilíbrio.

De fato, buscar oxigênio livre é uma das formas consistentes que os cientistas possuem para buscar vida nos planetas extra-solares, que orbitam outros sistemas estelares. A detecção de vida extraterrestre é sobretudo uma técnica incrivelmente difícil, mas não impossível e no futuro, através do desenvolvimento de uma tecnologia melhor, poderá ajudar-nos a buscar os desvios e quedas nos gráficos do espectro que nos digam se há indícios de alienígenas respirando ali.

LCROSS tomou estas imagens da Terra: A imagem da direita nos dá o contexto; A América do Norte está à direta da Terra, Ásia/Rússia à esquerda, e o Oceano Pacífico dominando a maior parte da imagem. As duas imagens superiores da esquerda são em infravermelho próximo (ligeiramente fora de nossa capacidade de visão), e as dos de abaixo do infravermelho longo, onde a matéria quente emite radiação infravermelha. Note a linha que demarca o dia e a noite nas imagens acima, que não é tão óbvia nas imagens abaixo uma vez que nessas longitudes de onda os oceanos da Terra brilham tanto de dia como de noite. A água se esfria e esquenta lentamente, e a temperatura não muda muito do dia em relação à noite.

LCROSS tomou estas imagens da Terra: A imagem colorida da direita nos dá o contexto: A América do Norte está à direta da Terra, Ásia/Rússia à esquerda, e o Oceano Pacífico dominando a maior parte da imagem. As duas imagens superiores da esquerda são em infravermelho próximo (ligeiramente fora de nossa capacidade de visão), e as duas abaixo são em infravermelho longo, onde a matéria quente emite radiação infravermelha. Note , no quatro de 4 imagens, a linha que demarca o dia e a noite nas imagens acima, que não é tão óbvia nas imagens abaixo uma vez que nessas longitudes de onda os oceanos da Terra brilham tanto de dia como de noite. A água se esfria e esquenta lentamente, e a temperatura não muda muito do dia em relação à noite (crédito da imagem: NASA/Ames Research Center).

A imagem colorida da direita nos dá o contexto: A América do Norte está à direta da Terra, Ásia/Rússia à esquerda, e o Oceano Pacífico dominando a maior parte da imagem. As duas imagens superiores da esquerda são em infravermelho próximo (ligeiramente fora de nossa capacidade de visão), e as duas abaixo são em infravermelho longo, onde a matéria quente emite radiação infravermelha. Note, no quatro de 4 imagens, a linha que demarca o dia e a noite nas imagens acima, que não é tão óbvia nas imagens abaixo uma vez que nessas longitudes de onda os oceanos da Terra brilham tanto de dia como de noite. A água se esfria e esquenta lentamente, e a temperatura não muda muito do dia em relação à noite.

Enfim, temos uma prova de vida na própria Terra. Talvez até haja outras formas ligeiramente mais fáceis de detectar a presença da vida.  Poderá esta técnica usada pela LCROSS finalmente dar-nos a resposta de um dos maiores mistérios do Universo: estamos sós?


1 comentário

5 menções

  1. Prezados amigos
    Todos nós observamos através de estudos e da visualização o complexo Universo com uma tremenda organização deste, sim,conforme observamos, a dimensão do Universo é verdaderiamente assombrosa.Também o é a sua maravilhosa disposição.Desde o infinitamente grande até o infinitesimalmente pequeno pequeno.Como disse certo especialista em foguetes Werner von Brawn:“Estas leis do universo devem ser estabelecidas por alguém.

  1. […] a melhorar esta interpretação, mas Farihi afirma que a equipe precisa do Hubble para descobrir as evidências da presença de oxigênio. Eles já pediram tempo de observação via Hubble e estão à espera da aprovação para […]

  2. […] a melhorar esta interpretação, mas Farihi afirma que a equipe precisa do Hubble para descobrir as evidências da presença de oxigênio. Eles já pediram tempo de observação via Hubble e estão à espera da aprovação para […]

  3. […] Antes de sairmos procurando por gases poluentes artificias exóticos, devemos primeiro saber se o exoplaneta possui alguma forma de vida. Uma das maneiras mais fortes é sabermos se há presença de oxigênio livre (O2) na atmosfera do exoplaneta. Quais são as razões para procedermos assim? […]

    • Blog de Astronomia do astroPT » Detectar ETs em 02/02/2010 às 12:21

    […] Antes de sairmos procurando por gases poluentes artificias exóticos, devemos primeiro saber se o exoplaneta possui alguma forma de vida. Uma das maneiras mais fortes é sabermos se há presença de oxigênio livre (O2) na atmosfera do exoplaneta. Quais são as razões para procedermos assim? […]

  4. […] LCROSS olha de volta para cá e detecta vida na Terra […]

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