
Cratera Herschel em Marte fotografada pelo High Resolution Imaging Science Experiment (HiRISE). Crédito: NASA/JPL/Universidade do Arizona
Imagens dramáticas de Marte têm revelado vulcões, lagos e gelo na superfície do planeta vermelho, graças ao satélite orbital MRO (Mars Reconnaissance Orbiter).
As fotos de Marte, capturadas pelos sensíveis instrumentos da MRO conseguem resolução tão poderosa que são capazes de mostrar características do solo marciano em detalhes menores que 1 metro e que permitirão aos cientistas encontrar os lugares mais seguros para futuras missões. Essas imagens ajudam também a entender como se comporta o clima marciano, no presente e no passado e também contribui para compreendermos melhor o clima terrestre.

Dunas em formato de 'domo' fotografadas pelo High Resolution Imaging Science Experiment (HiRISE). Crédito: NASA/JPL/Universidade do Arizona
“Marte tem uma diversidade tremenda de morfologias e processos geográficos”, disse Alfred McEwen, geólogo planetário da Universidade do Arizona, em Tucson, EUA. McEwen pesquisados líder do projeto HiRISE (High Resolution Imaging Science Experiment), e apresentou seus resultados na Conferência Internacional de Geomorfologia em Melbourne, Austrália.
Existe atualmente um coleção de cerca de 10.000 fotos coloridas capturadas pelo projeto HiRISE. Essas imagens hoje já cobrem aproximadamente 0,55% da superfície marciana. Cada foto contem uma área com 5 a 6 quilômetros de largura, como uma resolução de 25 cm a 60 cm por pixel. Tal resolução permite vermos Marte em um nível de detalhes inédito, pois as imagens anteriores tinham uma resolução máxima de 10 metros por pixel.

Uma cratera recentemente formada com 2 km de diâmetro, dentro da cratera Pasteur fotografada pelo High Resolution Imaging Science Experiment (HiRISE). Crédito: NASA/JPL/Universidade do Arizona
Conseguir tirar fotos com tamanha qualidade envolve o uso de um conjunto de técnicas específicas, McEwewn ressaltou.
- A câmera da MRO é 5 vezes mais leve que as câmeras similares, tais quais as usadas em satélites terrestres como os que alimentam o Google Earth.
- A câmera se move a uma velocidade de 3 km/s, assim a capacidade computacional e eletrônica usada para processar as imagens capturadas e enviá-las para a Terra tem que ser muito velozes.
Uma das mais notáveis descobertas sugere que a água foi bem mais comum no passado marciano que se pensava. Marte agora é um deserto gelado e seco, mas as imagens das camadas sedimentares na base de crateras de grande porte nos mostram evidencias que Marte foi antigamente coberto por lagos. Há imagens nos mostram lava expelida por um vulcão antigo e outras que exibem o comportamento do gelo seco nos pólos marcianos, indicando que o planeta vermelho tem estações climáticas.

Degelo na 'cidade Inca', uma região em Marte próxima ao polo sul, chamada assim pois lembra as ruinas de uma cidade antiga, fotografada pelo High Resolution Imaging Science Experiment (HiRISE). Crédito: NASA/JPL/Universidade do Arizona
Conhecer como a superfície marciana se apresenta e onde água pode ser encontrada poderá ser extremamente valioso para as futuras visitas humanas. “Nós poderemos escoltar áreas de pouso seguras”, disse McEwen. “Os recurso espacial mais valioso é a água congelada – uma vez que sabemos que a água está lá, nós podemos obtê-la. Marte tornar-se-ia habitável”.
Jon Clarker, geólogo do Centro de Astrobiologia Australiano da Universidade de New South Wales em Sydney mostrou-se impressionado pela coleção de imagens. “É como voar sobre Marte e olhar para baixo a partir de um avião”, ele disse. “Você consegue ver cenas diretamente relacionadas a superfície, como o vento soprando sobre a mesma”.
McEwen e Clarke esperam que as imagens de Marte também sejam úteis para os geólogos que estudam a Terra. Por exemplo: muitas rochas marcianas são muito mais velhas que as da Terra, as quais aqui têm sido modificadas ou destruídas pela erosão e pelos terremotos.

Fenda da Fossa Cerberus: essa fenda tem 800 metros de largura e faz parte do complexo de cânions chamado Fossa Cerberus em Marte. Crédito: NASA/JPL/HiRISE-Universidade do Arizona
As imagens dessas rochas antigas de Marte fornecem uma visão de um período de tempo que falta em nosso registro geológico terrestre e pode dar aos cientistas uma idéia de como o clima planetário pode um dia ter sido, “O entendimento dos climas alienígenas ajuda a entender como o clima de nosso planeta se comporta”, disse Clarke
A espaçonave MRO (Mars Reconnaissance Orbiter) é uma sonda espacial orbital multifuncional que foi lançada na Terra em agosto de 2005 e atingiu a órbita marciana em março de 2006.
Fontes e referências:
E a pedra rolou ladeira abaixo… em Marte!
Marte: ramificações de poeira formam figuras fractais
HiRISE mostra imagens de impactos explosivos na superfície de Marte
Sonda da NASA encontra mina de opala no complexo de cânions de Valles Marineris em Marte
Cosmos Magazine:
- Mars orbiter reveals finer surface detail por Kerensa McElroy
- Avalanches photographed on Mars
- Phoenix lander ready for Mars touchdown
- Mars exploration: a timeline
- Phoenix probe lands safely in Martian arctic
2 comentários
6 menções
adorei as fotos muito interessantes
quero dizer que gostei muito das imagens e do conteudo escrito por vcs sao de grande importancia pois assim poderemos aprender muito com isso. se possivel mandar relatorios para que eu possa aprender muito mais grato Nilton
[…] do dispositivo High Resolution Imaging Science Experiment (HiRISE) da MRO. Observações do HiRISE já documentaram RSL em dezenas de locais em Marte. Os novos estudos associam as observações da […]
[…] Imagens de Marte da HiRISE impressionam os cientistas na conferência de Geomorfologia […]
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[…] é similar a resolução atingida pela sonda orbital MRO em Marte (Mars Reconnaissance Orbiter), processadas pelo programa HiRise da Universidade do Arizona em Tucson, EUA, em operação desde 2006. Em breve a LRO na Lua (Lunar […]