Os campos magnéticos dominam a formação de estrelas?

Imagem de artista do conceito da influência magnética na formação estelar. Crédito: Image courtesy of Manel Carrillo, Josep Miquel Girart (CSIC-IEEC), Nimesh Patel (SMA), Spitzer. Fonte: Universe Today

Imagem de artista do conceito da influência magnética na formação estelar. Crédito: Image courtesy of Manel Carrillo, Josep Miquel Girart (CSIC-IEEC), Nimesh Patel (SMA), Spitzer. Fonte: Universe Today

Quando falamos sobre o papel dos campos magnéticos na formação de estrelas, o tamanho final da estrela resultante parece não ter relevância.

Uma equipe de investigadores, liderados por Josep Girart, do Instituto de Ciência de l’Espai na Espanha, estudou a lenta evolução de uma nuvem cósmica de poeira até tornar-se uma estrela massiva. Os cientistas concluíram que o campo magnético da nuvem de poeira estelar controla o desenvolvimento da estrela mais do que qualquer outro fator. Eles propõem que o processo seja igual para as estrelas pequenas, uma idéia que sugere uma nova forma de se entender a formação estelar no universo primordial.

O que a imagem acima representa?

A nova hipótese foi apresentada na revista Science e a concepção artística acima tenta representar este conceito. O fundo mostra uma imagem gerada pelo observatório espacial Spitzer em cor falsa da formação de estrelas massivas na região G31.41, com as cores indicando diferentes comprimentos de onda de luz. A região em zoom-in representa a emissão da poeira a partir do núcleo maciço e quente, sobrepostas com barras mostrando a estrutura do campo magnético. Retratado na parte inferior da imagem está representada a rede de radiotelescópios Submillimeter Array, no Havaí, que foi utilizada para as observações.

Os autores descrevem a maneira pela qual o campo magnético em G31.41 deformou a nuvem de poeira para uma forma de ampulheta – uma evidência que aponta que a formação estrelar é controlada magneticamente.

Eles afirmam que a energia magnética é a energia dominante em relação as outras formas de energia que estão em jogo – por exemplo: energias associada a força centrífuga e a turbulência – e sugerem que o papel do campo magnético nas fases iniciais da formação estelar poderá ser muito semelhante tanto nas estrelas pequenas quanto nas estrelas massivas.

“As relações energéticas não diferem muito” entre as estrelas massivas e as pequenas, referem os autores. “Ambos os tipos de núcleos colapsam porque a gravidade é superior às forças de pressão, mas a dinâmica do colapso é controlada pela energia magnética em vez de pela turbulência.”

Depois de formadas outros fatores entram em cena…

Girart e os seus colegas salientam que isto só é válido durante a fase de formação de estrelas, ou seja, na fase proto-estelar. Depois de formadas, as estrelas massivas passam a ser predominantemente influenciadas pela radiação, ionização, pressão, turbulência e outflows, que atuam mais que os campos magnéticos.

As estrelas massivas desempenham um papel crucial na produção de elementos pesados e na evolução do meio interestelar. Assim, esta descoberta poderá eventualmente levar a novas idéias e descobertas sobre a formação do universo primordial.

Fontes:

Universe Today: Magnetic Fields Dominate Young Stars of all Sizes? por Anne Minard

Science (requer assinatura): Magnetic Fields in the Formation of Massive Stars por Josep M. Girart, Maria T. Beltrán, Qizhou Zhang, Ramprasad Rao e Robert Estalella, 12 de junho de 2009.

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