Como conseguir ver supernovas super distantes?

Imagem obtida pelo Canada-France-Hawaii Telescope mostra a galaxia hospedeira da supernova e suas galáxias vizinhas em 2005. Imagem fornecida por UC Irvine e Jeff Cooke.

Imagem obtida pelo Canada-France-Hawaii Telescope mostra a galaxia hospedeira da supernova e suas galáxias vizinhas em 2005. Imagem fornecida por UC Irvine e Jeff Cooke.

Duas das mais distantes supernovas já detectadas foram encontradas através da nova técnica que irá ajudar a encontrar as explosões de estrelas nos primórdios do Universo. Estas duas supernovas ocorreram há 11 bilhões de anos. Isto é um enorme avanço pois a terceira supernova ‘mais distante’ já medida ocorreu a ‘apenas’ 6 bilhões de anos-luz da Terra. Jeff Cooke da Universidade da Califórnia em Irvine afirmou que este novo método tem o potencial de permitir aos astrônomos estudar as primeiras supernovas do Universo e tornar possível o avanço no conhecimento de como as galáxias se formam, como elas mudam com o passar do tempo e até como a Terra foi gerada.

Uma supernova (tipos Ib, Ic e II) ocorre quando uma estrela massiva (mais de 8 vezes a massa do Sol) morre em uma poderosa e brilhante explosão. Cooke é especialista nas estrelas hiper-massivas (50 a 100 vezes a massa solar) que expulsam parte de sua massa para o espaço antes de sua morte (estrelas de Wolf-Rayet). Quando a estrela desta classe finalmente explode, o material remanescente ao seu redor passa a brilhar por anos.

Nesta imagem do Canada-France- Hawaii Telescope a luz constante das galáxias na foto de 2004 foi removida, revelando a supernova! Cortesia de UC Irvine and Jeff Cooke.

Nesta imagem do Canada-France- Hawaii Telescope a luz constante das galáxias na foto de 2004 foi removida, revelando a supernova! Cortesia de UC Irvine and Jeff Cooke.

Em geral os cosmologistas encontram as supernovas através da comparação entre imagens tomadas em diferentes datas da mesma fatia do céu, ao descobrir diferenças. Qualquer nova luz que seja detectada pode sugerir a presença de uma supernova.

Empilhando fotos para ver mais longe

Cooke trabalhou em cima desta regra. Ele mesclou fotos tiradas ao longo de um ano e então comparou com compilações similares feitas para outros anos.

“Se você mescla todas essas imagens em uma grande pilha, você consegue ir mais fundo e ver objetos mais tênues”, disse Cooke. “Isto é como você abrir o obturador de uma câmera fotográfica por um longo tempo. Você irá capturar mais luz com uma exposição mais longa”.

Usando esta técnica com imagens do Telescópio Canadá-França-Havaí no Havaí, Cooke encontrou quatro objetos que pareciam ter sido causados por supernovas. Ele então usou o telescópio gigante Keck para olhar com mais precisão no espectro da luz emitida por cada um dos objetos e confirmou que se tratavam, de fato, de supernovas.

“O Universo tem a idade de cerca de 13,7 bilhões de anos, então estamos vendo aqui algumas das primeiras estrelas já formadas”, exclamou Cooke.

A cosmologia das galáxias

No ano passado, Cooke e outros cientistas tinham descoberto um aglomerado galáctico no estágio inicial de formação, há 11,4 bilhões de anos. Trata-se do aglomerado mais distante já descoberto até então. Este proto-aglomerado galáctico, o LBG-2377, tem fornecido aos cosmologistas informações inéditas sobre a formação de galáxias e o desenvolvimento do Universo.

Fontes

Universe Today: New Technique Finds Farthest Supernovae por Nancy Atkinson

New Scientist: Ancient supernova is oldest and most distant found por Rachel Courtland

Physorg.com: 11-Billion-Year-Old Giant Supernovae Farthest Ever Detected

The Register: Stargazers spot oldest supernova yet

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