Dados obtidos pelo telescópio VISTA do ESO são usados para extrair importantes propriedades no infravermelho próximo de pequenos corpos do Sistema Solar

http://www.eso.org/public/images/0319_kuiper_belt_1/

Núcleos de gelo no Cinturão de Kuiper: após a órbita de Netuno existe um enorme disco de pequenos objetos chamado Cinturão de Kuiper, e ainda mais além dele está a nuvem de Oort, local onde habitam os cometas. Este representação artística mostra uma parte do Cinturão de Kuiper, povoada de núcleos gelados pertencentes a potenciais cometas. Esta imagem fará parte da exposição “O Universo Vivo”, que estará disponível ao público no Supernova do ESO. Créditos: ESO/M. Kornmesser

Uma equipe de astrônomos europeus usou dados do telescópio de rastreamento VISTA do ESO para catalogar uma população variada de corpos menores — pequenos objetos do Sistema Solar — nos comprimentos de onda do infravermelho próximo. Este estudo deu origem a uma coleção de medições de quase 40 mil objetos, dados estes que poderão ajudar a responder a questões chave sobre o Sistema Solar primordial.

Sabe-se que o Sistema Solar contém cerca de 700 mil objetos pequenos, desde asteroides rochosos a cometas gelados. Ao estudar estes objetos, os astrônomos esperam compreender como é que o Sistema Solar se formou e evoluiu e, ao mesmo tempo, reunir informações importantes sobre possíveis impactos com a Terra.

A equipe examinou um subconjunto de dados do rastreamento do VISTA — o VISTA Hemisphere Survey — que cobriu cerca de 40% do hemisfério sul do céu. Ao examinar de forma cuidada a enorme quantidade de dados deste rastreamento, os pesquisadores conseguiram determinar a posição e o brilho de quase 40 mil objetos, obtendo ainda informação de cor para cerca de 35 mil deles. Esta é a primeira vez que dados de um rastreamento são analisados para revelar informação sobre um tão grande número de pequenos corpos do Sistema Solar.

Os dados de cor, em particular, podem ser usados para classificar os objetos, ao derivar informação sobre a sua composição à superfície. A diversidade de objetos identificados no catálogo inclui exemplos de todas as categorias conhecidas de corpos deste tipo: asteroides próximos da Terra, objetos que cruzam a órbita de Marte, asteroides Hungaria, asteroides do cinturão principal, asteroides Cybele, asteroides Hilda, Troianos, cometas, objetos do Cinturão de Kuiper, entre outros.

O VISTA, o Visible and Infrared Survey Telescope for Astronomy, é o maior telescópio de rastreamento do mundo, com um espelho de 4,1 metros de diâmetro. O seu enorme campo de visão, juntamente com os seus detectores muito sensíveis, dá aos astrônomos uma visão completamente nova do céu austral. Os rastreamentos do céu são uma ferramenta poderosa nos dias de hoje, em que existem detectores tão grandes e sensíveis, permitindo aos astrônomos catalogar de modo rápido um grande número de objetos celestes e fazer análises estatísticas sobre os mesmos. São ideais para os astrônomos que procuram, como neste caso, objetos próximos em movimento, tais como asteroides e cometas.

Este trabalho foi descrito no artigo científico intitulado “Near-infrared colors of minor planets recovered from VISTA – VHS survey (MOVIS)”, assinado por M. Popescu et al., publicado na revista especializada Astronomy & Astrophysics.

Fonte

ESO: ann16042 — VISTA’s Zoo of Minor Planets – Data from ESO’s VISTA telescope used to extract important near-infrared properties of small bodies in the Solar System

._._.

1605.05594v1-Near-infrared-colors-of-minor-planets-recovered-from-VISTA-VHS-survey-MOVIS

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