A Ciência e o filme Interestelar – os acertos e os erros

http://www.hdwallpapersimages.com/interstellar-movie-images/65553/

O polêmico e inusitado filme Interestelar de Christopher Nolan representa uma inovação na ficção científica. Inquestionavelmente, podemos afirmar que é um dos melhores no gênero produzido nos últimos anos.

Caso você ainda não tenha assistido, não perca o filme. Embora bastante longo (169 minutos), a partir de certo ponto ao longo do filme você não mais sentirá o tempo passar, literalmente…

Alerta! Spoilers a frente!

Interestellar waterworld

Ressalto que abaixo há alguns pontos que mostram parte da história, no entanto, dada a complexidade da trama e a ciência embarcada no roteiro, não vejo maiores problema em revelá-los, pois ajudarão a compreender melhor o desenvolvimento deste intrincado filme.

O filme conta com um elenco superesterlar com atores famosos: Matthew McConaugheyAnne HathawayJessica ChastainBill Irwin (TARS), Michael Caine, John Lithgow, Matt Damon e Ellen Burstyn, entre outros. 

Como escreveu o físico Carlos Fiolhais no Publico.pt [ Interstellar: odeia, odeia a luz que começa a morrer  ]:

… é um dos grandes filmes do nosso tempo, um tempo dominado pela ciência mas ensombrado pelos riscos. Para além de estar muito bem realizado (talentosos actores e portentosas naves consumiram um orçamento equivalente ao Euromilhões), a obra de Nolan não é sobre o espaço interestelar mas sim sobre o homem, a parte do Universo que afinal mais nos interessa. É um hino à vida ao enfatizar a luta com a morte que o conhecimento científico permite.

O roteiro é complexo e difícil de sumarizar, então, vamos nos fixar em analisar os pontos positivos e os cenários controversos apresentados no drama. 

http://www.thefilmgrapevine.com/wp-content/uploads/2014/11/Interstellar-3.jpg

Um dos vários cartazes do filme Interestelar

Destaques positivos e pontos notáveis 

Seguem a seguir alguns destaques do drama épico de ficção científica Interestelar: 

Nada de aliens: como rarissimamente se vê em ficção científica, em Interestelar não há aliens, monstros ou seres exóticos na história, só humanos. Vimos isso em alguns filmes, tais como Gravidade (2013) e Gattaca a Experiência Genética (1997). Outros exemplos são a série de TV Firefly (2002) e o filme subsequente Serenity (2005) onde é a humanidade que habita sistemas extrasolares. Os dois últimos, embora não tenham aliens na história, possuem monstros (humanos selvagens), chamados de Reavers. 

Um dos robôs em ação no planeta de Miller

Um dos robôs em ação no planeta de Miller

Fantásticos Robôs Inteligentes: Os robôs TARS e CASE são desenhados com uma forma geométrica inédita e desempenham papéis decisivos na história, em uma interessante abordagem. TARS e CASE são essenciais a trama e, de alguma forma, lembram o HAL de 2001 Uma Odisséia no Espaço. No entanto, diferentemente de HAL, TARS e CASE tem ótimo senso de humor e Inteligência Artificial altamente colaborativa. A participação dos robôs enriquece fortemente o roteiro.

Espaçonave Endurance

Espaçonave Endurance

Ida realista a Saturno: Na primeira parte da viagem, o percurso pela Endurance até Saturno tem uma duração realista (um tempo de 2 anos) considerando a tecnologia do futuro, 50 anos a frente. O voo aproveita de empurrão gravitacional ao passar por Marte, algo corriqueiro hoje no envio de sondas espaciais ao Sistema Solar Exterior. Por exemplo, a espaçonave robótica Cassini foi lançada em 1997 e levou 7 anos para chegar a Saturno, tendo passado duas vezes por Vênus, uma pela Terra e uma vez por Júpiter para ganhar velocidade pela assistência gravitacional. Embora o filme não diga explicitamente, pode-se especular se a Endurance foi acelerada por seus motores de plasma, durante a jornada até Saturno, para atingir uma velocidade média da ordem de 25 km/s (2 anos para percorrer ~10,5 Unidades Astronômicas) ou se o suporte gravitacional dado apenas pelo rasante em Marte foi suficiente para acelerar consideravelmente a nave, ou ambos. Como comparações temos a Voyager 1, lançada em 1976, a nave espacial mais distante da Terra hoje, que viaja atualmente 17 km/s. A New Horizons partiu da Terra em 17 de janeiro de 2006 atingindo a velocidade de 16,26 km/s o que representa uma velocidade em relação ao Sol de mais de 45 km/s (a Terra viaja a 30 km/s então somamos a velocidade da Terra a da espaconave lançada). No entanto, o puxão gravitacional do Sol é tão poderoso que quando a New Horizons chegou em Júpiter em 28 de fevereiro de 2007 estava com apenas 19 km/s e ganhou um empurrão de +4 km/s partindo de Júpiter a 23 km/s em relação ao Sol. New Horizons cruzou a órbita de Saturno 08 de junho de 2008, 2 anos e 5 meses após o lançamento. Assim, o tempo da New Horizons até a órbita de Saturno tem uma ordem de grandeza compatível com o da nave Endurance.

Arquitetura da Endurance: o desenho da espaçonave Endurance se destaca não só pela complexidade da adição de módulos funcionais como também pela simulação da gravidade artificial através da rotação. Veja o projeto no infográfico da Space.com, no final deste artigo.

Relatividade Geral de Einstein: o filme usa e abusa (!) dos conceitos da Teoria da Relatividade Geral. A ação da gravidade na dilatação no tempo é imprescindível para o desenrolar da história. Entender onde a dilatação temporal se aplica na história é fundamental para o entendimento dos eventos do filme. Veja o excelente diagrama abaixo (clique para a versão ampliada, para explorar):

http://i.imgur.com/MgwWMFU.jpg

Buraco Negro em Rotação (Kerr): o filme explora as características da métrica um buraco negro em rotação (Buraco Negro de Kerr) e as diferenças em relação ao Buraco Negro estático de Schwarzchild com relação ao Horizonte de Eventos e sua função (hipotética) como wormholes (buracos de minhoca). O ‘timeline’ (linha do tempo – acima) do filme ilustra muito bem isso.

Exoplanetas: os três exoplanetas em si apresentados são realistas: um mundo oceânico (Miller), um mundo congelado (Mann) e um mundo similar a Terra (Edmund). 

http://phys.org/news/2015-02-interstellar-technology-black-holes.html

Um disco de acreção moderadamente realista, criado pelos artistas da Double Negative, onde vemos uma lente gravitacional criada por um buraco negro. Crédito: Classical and Quantum Gravity, 2015. Reproduzido com permissão do IOP Publishing.

O desenho do Buraco Negro Gargantua é o mais realista já mostrado em algum filme de ficção científica até a data, elogiado e aclamado por todos.

Gargantua

O Buraco Negro supermassivo Gargantua

Exotsunamis: a existência de ondas supergigantes no exoplaneta oceânico são assustadoras e pertinentes para um exoplaneta tão próximo de um objeto massivo como Gargantua. Trata de uma das sequências mais dramáticas do filme. Sensacional e imperdível! 

Mega Tsunami no mundo de Miller

Mega Tsunami no mundo de Miller

Cilindro de O’Neill: o habitat (Estação de Cooper) em larga escala construído perto de Saturno também é um ponto de destaque no filme.  O habitat lembra o cilindro de O’Neill, um habitat espacial proposto pelo físico Gerard Kitchen O’Neill. Um cilindro de O’Neill consiste de dois cilindros bem grandes com rotações opostas, cada um com 8 km de diâmetro de 32 km de comprimento, conectados entre si. A rotação fornece a gravidade artificial nas superfícies internas enquanto o eixo central do habitat é uma região de gravidade zero onde as facilidades voltadas ao lazer, as unidades de produção especiais ou até os laboratórios avançados poderão estar localizados.

http://eternosaprendizes.com/2009/09/05/infra-estruturas-espaciais-de-larga-escala/

Colônia Espacial – o cilindro de O’Neill – conceito usado em Interestelar.

Pontos controversos e/ou questionáveis

Embora o filme esteja repleto de inconsistências e cenários irreais, como era de se esperar pois é uma história de ficção científica, algumas das situações fora da realidade se sobressaem. Como a proposta do filme era a de tentar seguir a ciência sempre que possível, vamos analisar os problemas encontrados no desenvolvimento da trama. 

Vejamos a seguir: 

1. A história se arrasta demasiadamente no início tentando explicar a razão da ‘Terra estar morrendo’. Mesmo assim, a explicação sobre as causas (os cientistas citam pragas que ‘respiram nitrogênio’) é inconclusiva e não convence ninguém. O que está realmente acontecendo com a Terra é deixado muito vago na história. Esta imposição serve para gerar o senso de urgência para ‘salvar a população do planeta’. 

http://en.wikipedia.org/wiki/Dust_Bowl

Dust Bowl sobre Spearman, Texas, EUA, em 14 de abril de 1935

Observa-se que a tragédia humana em Interestelar faz uma clara referência a um cenário real que aconteceu na década de 1930 por quase 10 anos, chamado de Dust Bowl (taça de pó). O desastre ecológico consistiu de série de tempestades de poeira que surgiram nos EUA e devastaram os residentes das Grandes Planícies (Great Plains), por causas humanas, durante a Grande Depressão, gerando uma onda de fome e miséria. Daí termos no filme os depoimentos autênticos em vídeo de sobreviventes daquela época.

2. O modo como o ex-piloto da NASA Cooper (Matthew McConaughey) entra em contato com o cientistas da missão na base secreta da NASA é forçado demais, implausível. 

Visão da entrada do wormhole

Visão da entrada do wormhole (Buraco de Minhoca). Onde está o Buraco Branco?

3. O Buraco de Minhoca próximo da órbita de Saturno, onde a Endurance entra, está mal explicado, onde está o ‘buraco branco’ associado a esta anomalia gravitacional? No filme se vê uma pequena anomalia que a Endurance deve se aproximar para viajar para outra galáxia… 

https://timsfilmreviews.files.wordpress.com/2014/10/interstellar-worm-hole-effects.jpg

A Endurance entrando no wormhole (Buraco de Minhoca), um lugar tranquilo demais…

4. Ao sair do Buraco de Minhoca a espaçonave Endurance chega em uma posição relativamente distante do Buraco Negro Gargantua. Se Gargantua gerou o buraco de minhoca, a Endurance deveria sair perto do Buraco Negro, na região do Horizonte de Eventos e não tão longe deste, um furo de continuidade… Tal nos leva a concluir que o Buraco de Minhoca nada tem a ver com o Buraco Negro Supermassivo Gartantua, não? 

5. O filme simplesmente desconsidera a radiação extremamente perigosa (Raios-X, principalmente) emitida pela matéria em acreção super aquecida que envolve o Buraco Negro Gartantua. A nave Endurance não tem mecanismos de proteção contra radiação de alta energia para os astronautas. Inclusive, para piorar ainda mais, o astronauta Romilly fala sobre seu medo quanto a falta de proteção da nave, em um dos diálogos do filme. 

6. O filme também despreza a matéria espiralando em volta do Buraco Negro. Quando a nave se aproxima de Gargantua o choque com a matéria do disco em volta do Buraco Negro seria inevitável. O filme desconsidera isso. 

7. Embora o desenho do buraco negro supermassivo Gargantua (100.000.000 de vezes a massa do Sol) seja muto bem elaborado e inédito em filmes, nota-se a falta dos jatos polares (ver abaixo a ilustração) com a matéria ejetada pelos campos magnéticos gerados pelo plasma em rotação no Buraco Negro. Também não se observam interferências entre o violento campo magnético que deveria estar lá atuando e o equipamento elétrico e eletrônico nave Endurance.

http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/3/38/Artist's_rendering_ULAS_J1120%2B0641.jpg

Ilustração do buraco negro supermassivo ULAS J1120+0641, um quasar distante muito brilhante, situado a 13 bilhões de anos-luz, um objeto de quando o Universo ainda era jovem (770 milhões de anos de idade). Repare no violento jato polar de plasma a partir de um dos polos do buraco negro. Estes jatos são comuns em buracos negros, mas, Gargantua não mostra isso…

8. Exoplanetas habitáveis sem luz estelar? Entende-se que a luz que ilumina os três exoplanetas não vem de uma (ou mais) estrela(s) hospedeira(s), mas sim da matéria aquecida em acreção do buraco negro supermassivo Gargantua. Como já disse acima, a radiação emitida pela matéria em acreção de um buraco negro é extremamente perigosa e instável. Mundos orbitando buracos negros seriam violentamente inóspitos. Não deveriam ser alvos de quaisquer missões exploratórias. Além disso, são mundos sem sóis para alimentá-los… O filme bem poderia agregar uma ou mais estrelas ao Sistema Gargantua sem prejuízo algum ao modelo, fornecendo a energia necessária para iluminar e aquecer os exoplanetas.

9. Os mega tsunamis no mundo de Miller, embora tenham sido uma ótima ideia para apresentar a influência das marés nesse exoplaneta oceânico, sem dúvidas impressionantes, não estão bem modelados, o comprimento das ondas é curto demais para a altura das mesmas. O formato visa aumentar a dramaticidade, sacrificando a realidade. O efeito é sensacional, mas irreal. Tsunamis são ondas de largo comprimento, como vemos aqui na Terra.

Um mundo que não deveria estar lá…

10. Aliás, o mundo de Miller é um lugar impossível no Cosmos. Um exoplaneta onde a gravidade é tão poderosa que faz o tempo se dilatar por um fator de 61.000 vezes jamais poderia existir. Qualquer objeto planetário tão próximo de um Buraco Negro seria reduzido a pó pela força das marés gravitacionais [leia sobre o Limite de Roche]. 

11. Paradoxo temporal e o roteiro da história: a ida ao mundo de Miller serve basicamente para que os heróis (Cooper e Amelia) sofram a primeira dilatação temporal (3,4 horas na missão versus ~23 anos na Terra), permitindo a história paralela na Terra evoluir e dar tempo para a Murphy tornar-se uma competente cientista.

Interestelar: cena com Murphy (Jessica Chastain) estudando as equações do Dr. Brand.

Interestelar: cena com Murphy (Jessica Chastain) estudando as equações do Dr. Brand.

12. A ida ao primeiro mundo (Miller) é uma decisão altamente absurda do time da missão se considerarmos como esse exoplaneta oceânico como opção de futuro habitat terrestre por causa da proximidade do Buraco Negro (radiação, gravidade, marés, etc…) e principalmente pela própria dilatação do tempo em si. Se a missão está ‘correndo contra o tempo’ por que se preocupar em visitar um mundo em que uma hora por lá corresponde a sete anos na Terra? Além disso há o problema da limitação do combustível, somado a mentira dos dados forjados enviados por Mann, acenando que o mundo dele é uma excelente escolha. Considerando isso, o mundo de Mann deveria ter sido o primeiro a ser visitado, no entanto, esta opção não se encaixaria no encadeamento de toda a trama subsequente que está toda interligada (ver timeline).

13. No exoplaneta gelado de Mann se vê estruturas congeladas na altura das nuvens, a espaçonave Ranger até se choca de raspão com uma delas. Embora impressionantes visualmente, tais estruturas de gelo nas alturas não são realistas. Veja na parte de cima imagem abaixo.

http://eternosaprendizes.com/2014/11/22/a-ciencia-e-o-filme-interestelar-os-acertos-e-os-erros/

O poster de Interestelar mostra as estruturas congeladas na atmosfera do mundo de Mann.

14. Ao final do filme encontramos o habitat espacial construído perto do Buraco de Minhoca, em Saturno, provavelmente prevendo uma migração da humanidade através do Buraco de Minhoca. O ponto é que se a humanidade consegue construir um habitat tão sofisticado, qual a razão em si de deixarmos o Sistema Solar? Outro ponto gritante é a luz solar iluminando o habitat. Sabemos que a luz solar é muito fraca por lá, onde há temperaturas da ordem de -179 graus Celsius (em Titã). Habitats espaciais devem ser construídos na altura da órbita terrestre e não tão distantes do Sol, para ter temperaturas amenas similares a da superfície do nosso planeta. 

15. Outro ponto controverso é o próprio título do filme em si inter estelar (separei propositalmente). O Sistema Gargantua não possui estrelas (bem que poderia tê-las, como falei no item 8). Então, o filme não trata propriamente de uma viagem entre sistemas estelares, mas sim da aventura humana com atitudes de extrema bravura, colaboração, perseverança e sobretudo amor.

Dr. Neil deGrasse Tyson levantou alguns pontos, com seu conhecido bom humor e pitadas de ironia, os quais ele chamou de “Mistérios de Interestelar”:

16. Se você pode navegar dentro do Tesseract e tocar em alguns livros, por que simplesmente não escreve uma nota e passa através dele? [Cooper, interagindo dentro do Tesseract]

17. A estrelas [no Universo] superam enormemente em número a quantidade de buracos negros. Então, por que o melhor planeta tipo-Terra é justamente o que orbita um buraco negro? [exobiologia]

18. Quem, no Universo, seria capaz de saber os títulos de seus livros, tocando-os por trás, em uma estante de livros? [Cooper, interagindo dentro do Tesseract]

19. Como um utilitário pode ser dirigido com um pneu furado e vazio sobre uma densa plantação de milho, mais altas que o próprio veículo? [Cooper, perseguindo o drone indiano]

20. Se existem buracos de minhoca (wormholes) entre os planetas, não poderia abrir um deles perto da Terra ao invés de Saturno?

21. Marte (logo ali ao lado de nós) parece um lugar muito mais seguro que os novos planetas os astronautas de Interestelar visitaram…

22. Se você tem seu capacete rachado e mesmo assim continua lutando, o ar do planeta não deve ser tão ruim para você. [Cooper, lutando contra Mann no planeta gelado]

23. Não consigo imaginar um futuro onde escapar da Terra através de um buraco de minhoca seja um plano melhor que simplesmente consertar a Terra.

24. Neste futuro irreal, se ensinam coisas ‘não científicas‘ em classe de ciência… Oops, espere… isso é real hoje…

Há diversos outros pontos questionáveis ao longo do filme, mas deixamos o leitor descobrir por si, a partir das nossas pistas acima. Se estiver curioso, pode dar uma olhada em: 21 Things in Interstellar That Don’t Make Sense

Como terminar uma história que começou tão bem?

Para que o enredo tenha um final ao estilo de Hollywood e a família de Cooper se reúna novamente, os autores apelaram fortemente para a ficção… 

Em seguida dos episódios dramáticos no mundo gelado de Mann (Matt Damon), o filme toma um rumo onde a lógica racional deixa de funcionar. O filme torna-se pura ficção e entra na fantasia, deixando totalmente de lado a realidade da Natureza, com a viagem pela quinta dimensão no Tesseract e a volta de Cooper e TARS através do buraco de minhoca para o Sistema Solar passando pelo Buraco Negro em rotação de Kerr. 

Não considero isso um problema nem mesmo um ponto questionável para o filme. Afinal, a história tinha que fechar, chegar ao fim. 

Interestelar 2?

Embora Nolam tenha acenado que não pretende filmar uma continuação, o final deixa bem claro que isso é plenamente possível. Cooper parte em viagem pelo buraco de minhoca para se encontrar com Amelia no mundo de Edmund. O filme deixa isso em aberto, como um convite ao desenvolvimento de uma ou mais sequências interessantes. Vamos torcer para que isso aconteça.

Algumas questões que ficaram em aberto, sem resposta 

O que originou o Tesseract (mecanismo de viagem na quinta dimensão) que Cooper usa para interagir com sua filha? 

Porque a anomalia gravitacional (buraco de minhoca) surgiu justamente perto de Saturno em nosso Sistema Solar? 

Como o mundo habitável de Edmund obteve seu oxigênio? Amelia, no final do filme, aparece respirando sem capacete. Há vida por lá, como a conhecemos, gerando o oxigênio necessário a respiração livre? 

Como os astronautas sobreviveram as radiações perigosas (raios-X e ultravioleta) emanadas pela matéria em acreção no Buraco Negro Gargantua? 

Conclusão

Trata-se de um filme de trama complexa, difícil de compreender se o assistirmos uma só vez. Tanto é que nos EUA a AMC criou o ‘ingresso ilimitado’ que permite ao espectador ver Interestelar tantas vezes quanto desejar por 35 dólares! Se você ainda não o viu sugerimos que estude com calma o diagrama temporal do filme e leia mais sobre o mesmo, para aproveitar melhor o entretenimento.

Referências para leitura complementar

Interestellar Timeline

Publico.pt: Interstellar: odeia, odeia a luz que começa a morrer

Phil Plait: Interstellar Science – What the movie gets wrong and really wrong about black holes, relativity, plot, and dialogue.

Neil De Grasse Tyson comenta sobre Interestelar

Huffington Post: The Parts Of ‘Interstellar’ Even Neil deGrasse Tyson Didn’t Understand

21 Things in Interstellar That Don’t Make Sense

Phys.Org: Interstellar technology throws light on spinning black holes

Space.com: The spaceships of Interestellar explained (infographic) [ ver abaixo ]

._._.

http://www.space.com/27694-interstellar-movie-spaceships-infographic.html

Arquitetura da espaçonave Endurande e seus módulos, com destaque para a nave Ranger e o módulo de pouso (Lander).

41 comentários

3 menções

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    • Edélcio Brizola em 01/08/2018 às 16:52
    • Responder

    Algo que foi agregado ao filme e que causou muita influência nas mentes do público foi a excelente música de Hans Zimmer. O tema central é do tipo impressionista/minimalista, cuja harmonia construída com apenas dois acordes, tendo duas melodias fluindo entre eles de forma sutil, provoca fixação e obsessão nas pessoas mais suscetíveis. Muitos deixam de prestar atenção à história e acabando viajando na música e acreditando em tudo sem questionar nada, como numa hipnose coletiva. O tema é repetido muitas vezes e acabou sendo um dos soundtracks mais vistos do Youtube, ultrapassando a marca de 60 milhões de views. Há um vídeo no qual o tema é reproduzido por 10 horas seguidas.

    • Fábio Rocha em 05/10/2017 às 23:56
    • Responder

    Olá!! Muito legal ler essas análises!
    Uma duvida que eu tive foi a seguinte: ao chegar no planeta Miler e sofrer os efeitos da distorção do tempo, os dois astronautas retornam a nave onde um terceiro personagem não sofreu tal ação, estando assim, bem mais velho. Porque esse terceiro personagem não sofreu com a ação do tempo distorcido pela gravidade. Ele não estava proximo a gargantua como os outros dois?
    Abraços!!

    • William Sanches em 25/07/2017 às 13:10
    • Responder

    Eu gostei muito do filme, mas um ponto que ninguém comentou é que o filme trata sobre a teoria da relatividade e viagem no tempo, em nenhum momento fala em realidade alternativa. Pois bem, vou explicar: A Terra está se destruindo, a solução é buscar outro planeta para que a raça humana não seja extinta, então descobrem esse buraco de minhoca que é a única forma de conseguir chegar em outra planeta, e no final se descobre o que o buraco de minhoca foi construído pelos próprios humanos que já tinham evoluído há um ponto que não se pode imaginar. O ponto é que a Terra estava condenada, seria impossível construir esse buraco de minhoca, o mesmo só poderia ter sido construído em outro planeta, porém para chegar nesse outro planeta precisariam do buraco de minhoca, no meu ponto de vista é um erro no filme. Seria algo mais ou menos assim: Você está numa ilha minúscula que está desaparecendo pela subida do oceano devido ao aquecimento global, essa ilha seria a Terra, porém há 500m de distância tem uma ilha imensa, com arvores, montanhas, tudo o que você precisa, só que separando essas duas ilhas o mar está infestado de tubarões, como você faria para chegar na outra ilha sem antes morrer quando o mar invadir a sua minúscula ilha, se você chegasse na outra ilha poderia fazer um barco, uma ponte, sei lá, mas o problema é chegar na outra ilha pq vc não tem materia prima e sua ilha está desaparecendo, É a mesma situação no filme.

  1. Outra questão que acho que pode ser pertinente (se não for, me corrijam): Pelo que li e não lembro a fonte, buracos negros possuem força de atração extremamente exorbitantes “sugando” até a própria luz, considerando isso verdade, como a nave Endurance consegue dá um rasante na orbita do buraco pra fazer uma espécie de “catapulta” pra Dr. Brand pegar impulso para chegar até o planeta de Edmund sem ser devorado ou consumido pela força do buraco negro? Se o ambiente já não fosse severo suficiente, Cooper ainda inventa de ejetar do ranger e chega ao Tesseract ileso sendo que o mínimo que deveria ter acontecido seria a completa desintegração da matéria corpórea?

  2. Quanto ao Tsunami, trata-se de uma onda tri-dimensional que se propaga em todas as direções no plano e cuja energia é inversamente proporcional ao raio da frente diametral da onda até sua origem. No filme mostra uma onda de tsunami com centenas de metros de altura, que necessitaria de uma energia gigantesca para se formar, que no caso da terra se dá pela colisão de camadas tectônicas e sempre se segue a um terremoto. Além disso ao se aproximas da praia, para obter uma massa compatível com essa energia toda, a medida que a seção do mar diminui no avanço da onda para a praia, aumenta a velocidade da órbita das partículas tragando a massa de água a sua frente, incorporando-a a onda em propagação, que faz com que a órbita aumente de tamanho muitas vezes em relação ao tamanho original. Isso nunca ocorreria num planeta de lamina d’água tão rasa como mostrado. Assim, o filme errou ao não mostrar o terremoto que possivelmente gerou a onda.

  3. Na verdade pessoal, esse filme é usado para nos contar a verdade entre linhas, provavelmente possa existir um buraco de minhoca em Saturno. Pensem nisso.

      • ROCA em 26/01/2017 às 11:26
        Autor

      Daniel,

      Discordamos de você, pois o filme conta uma história de ficção científica.

      Não há nenhum ‘buraco de minhoca em Saturno’… Nem há alguma ‘verdade entre linhas’…

      A verdade é que trata-se de uma boa história/roteiro, relatando a criativa imaginação do(s) autore(s). As situações são fictícias.

  4. A questão número 19 é fácil. O caminhão de cooper possui rodado duplo, dois pneus ligados no mesmo lado do eixo, ou 4 pneus traseiros como são os caminhões normais. Se um pneu estoura ainda tem o outro pra sustentar.

  5. Não vou fazer textão pq acabei de fazer um em uma crítica do AdoroCinema kkkkkk, só queria deixar minha opinião e interpretação sobre as coisas sem explicação destacadas aqui, a Quinta Dimensão teria sido criada pela própria humanidade do futuro, o Cooper enquanto no Tesseract (pq chamam assim ?), se refuta sobre a possibilidade de “eles” terem feito ele chegar até ali, durante todo o filme é deixado no ar quem são “eles”, eu pensei em alienígenas ou o próprio Deus, mas depois do Cooper filosofar por um tempo dentro do Tesseract ele chega a conclusão em uma frase, “Eles somos nós, eles não me trouxeram aqui, eu mesmo cheguei até aqui”, isso esclareceu tudo pra mim, não existe “eles”, a humanidade fez tudo sozinha, não precisou de nada divino ou outra civilização evoluída pra nos guiar, isso fica ainda mais claro quando o Cooper enquanto na quinta dimensão, da o aperto de mão na Dra.Brand, não existe eles, eles somos nós no futuro, um futuro muito muito muito distante, onde a humanidade já alcançou um nível não mais humano, nos tornamos seres que tem poder sobre tudo aquilo que hoje não temos o menor controle, o tempo, o espaço e a gravidade, agora porque nós do futuro colocamos a droga do buraco de minhoca lá na p…. em Saturno eu não sei responder, mas fomos nós que desenvolvemos o Tesseract. É essa minha interpretação, deixando claro que sou um garoto de 14 anos que não sabe nada de ciência ou física, acabei fazendo textão de qualquer jeito kkkkkk, desculpem a má formulação, nunca fui bom em produção de texto.

  6. olá, somente há pouco vi esse filme que realmente é bom e fora do comum dos atuais (achei bem melhor que Gravidade – exagero ganhar 10 oscars). Muitas cenas lembram 2001 (clássico da ficção científica). Vamos algumas considerações por minha parte. Um mérito grande do Nolan (que normalmente apresenta personagens em seus filmes de maneira excessivamente verborrágicas – explicando didaticamente suas ações através de diálogos) foi tentar da melhor maneira possível passar ao grande público conceitos complicados de forma palatável, ainda que muita gente não vai entender, visto que acostumados a ter tudo explicado e filmes frenéticos. Nolan fez Isso de maneira bem competente em A origem. Daí a primeira discordância em relação ao Ponto 1. Não achei demasiada lenta, pelo contrário é bom, assim dita a competência de direção pois os filmes atuais estão muito rápidos. As nuances psicológicas dos personagens e suas relações dão uma maior afinidade ao público, por isso prefiro os filmes mais antigos. Quanto a definição do caos mundial concordo, achei que de fato ficou superficial e esbarra em um erro meio chato uma centralização norte-americana de mundo (como ficaria em outros países?). Discordo tmb dos robôs, achei eles muito desenvolvidos e inteligentes pra época (sendo assim a tecnologia para alimentação poderia ter sido bem melhor – erro do filme). Buraco de minhoca não é em si um buraco branco? pq a necessidade de um negro próximo a ele?.Esses buracos de minhocas são singularidade ou não? Há um diálogo que ele fala que não há singularidades nuas mas vi uma reportagem da Scientific America Brasil que em tese é possível. Também concordo que infelizmente o final deixa a desejar…é um defeito infeliz do Nolan (final feliz pra galera) faltou coragem e ousadia do diretor, creio que se fosse o David Fincher (Seven é um exemplo de filme com final corajoso como não se faz mais atualmente) seria diferente, mas o público rejeitaria).
    Pq a doutora Brand disse que os seres viviam em 5 dimensões, como ela supos isso? seria pelas mensagens e a anomalias gravitacionais? Visualizar mais de 3 dimensões é bem complicado imagine 5 (o Tesseract seria isso em 5 dimensões? se fosse onde estariam os seres?). Uma coisa que achei estranha foi como foram enviadas as mensagens – e as distâncias? – se a nave endurance estava em outro “universo” essas mensagem teriam que percorrer via rádio? uma distância considerável pra chegar lá – passar pelo buraco de minhoca e ainda por cima não sofreria interferência dos raios-x e do intenso eletromagnetismo do gargântua?. Faltou um erro que considero fundamental (já que o filme se propôs mesmo que superficialmente a ser mais Científico), veja só, a teoria de unificação de mecânica quântica e gravitação que o doutor Brand tentava por 40 anos não levava em consideração a teoria da cordas? (que nem sequer é tocada no filme – erro imperdoável já que poderia pelo menos ser citada). Sim só o Brand tentava…. e a equipe mundial de físicos onde estavam? O cara sozinho talvez estivesse preso nas limitações do modelo padrão de partículas e cosmologia – (Brian Greene e seu universo elegante manda um abraço pro Nolan). E outros mais ligados a soluções hollywoodianas claro, concordo piamente com vc e que tocam todo o cerne e motivação do roteiro, mandar a humanidade para exoplanetas perto de buracos negros é de uma loucura total. Acho inacreditável que uma pequena nave consegue aterrizar e sair de um planeta aquático(?) raso, eles caminham bem em uma gravidade tão forte, e outro rochoso facilmente (perdido em marte é bem mais fiel nesse aspecto). E passar perto de um horizonte de eventos de um buraco negro é muita ficção mesmo. Como vc chegou nessa data de 50 anos no futuro? não vi isso! Ah e antes que me esqueça, como podem construir uma mega estação daquela em tão pouco tempo? (isso estragou o filme).. Acho que a solução pra mim era que ao cair no Tesseract Cooper morreria ali mesmo (o cérebro teria um colapso) mas antes ele tentaria avisar e passar as coordenas do planeta onde estava a dra. Brand.
    Desculpe pela carta, mas o filme é bom, vou ver de novo, e o ator Matthew McConaughey (Cooper) é ótimo! E concordo com todas as suas considerações embora achei forçada a do titulo do filme (mas que faltou estrelas faltou mesmo kkkk)

  7. ******ATENÇÃO, DÚVIDA CRUEL!!!!!!!!!!!!!!!********
    Como os humanos do futuro construíram o Tesserato para se salvarem no passado através de Cooper, se sem isso eles não teriam se salvado para poderem existir para construírem um tesserato para se salvarem através de Cooper?

      • ROCA em 27/12/2016 às 20:36
        Autor

      Isso se chama ‘paradoxo temporal’. O filme não explica isso.

  8. Minha dúvida mesmo é: Como a filha dele já velha no fim do filme, que mal sabia se o Pai estava vivo, sabia onde a outra tripulante e “affair” do pai dela estava? Como ela sabia que ela estava viva?

    Deu a entender que ela sabia de tudo desde sempre, mas nunca foi mostrado isso. Isso seria a minha única dúvida.

      • ROCA em 14/11/2016 às 20:34
        Autor

      Sua dúvida é altamente pertinente. Ou ela (a filha no leito de morte) soube por alguém que contou a história para ela antes do pai encontrá-la no habitat espacial (Saturno), ou foi um belo ‘furo’ de continuidade…

      • Le Yukari em 25/05/2017 às 20:24

      TARS sabia. Quando Cooper acorda ele está sem bateria, mas não quando foi resgatado.

  9. Só uma correção: na foto cuja legenda diz “TARS em ação” na verdade não é TARS e sim CASE. TARS não desceu no planeta de Miller.

      • ROCA em 07/11/2016 às 13:54
        Autor

      Acertei a legenda da imagem.
      Obrigado pela colaboração.

  10. Eles realmente dão a entender de que foram os humanos do futuro quer puseram o buraco de minhoca lá, Mas se o mundo estava “acabando” como as pessoas do futuro existiam?

      • Garrete Alves Reis em 14/10/2016 às 16:30

      Pensei sobre isso tbm!! Acho q a realidade do filme é um universo alternativo. Alguém salvou a humanidade em outro universo, gerando essa vertente.

      • ROCA em 14/10/2016 às 22:51
        Autor

      Ao que parece problema foi resolvido ElielSon e o ‘mundo não acabou’, daí, as pessoas do futuro existirem. No entanto, trata-se de um paradoxo temporal, o que enfraquece a história no final, pois o filme larga a sua veia científica inicial para descambar para um final sem nexo…

  11. Roca, excelente texto/análise acerca do filme!
    Parabéns 🙂

      • ROCA em 23/08/2016 às 19:24
        Autor

      Muito obrigado e divirta-se revendo o filme.

    • Garrete Alves Reis em 04/08/2016 às 15:49
    • Responder

    Acredito que o buraco de minhoca ou tesseract foram feitos por humanos. Se não me falha a memória, é sugerido algo nesse sentido pelo próprio Cooper. Pode ser uma referência dupla tbm: Aliens e 2001: uma odisseia no espaço. Estes teriam feito pra evitar a extinção da humanidade. De qualquer sorte, vou assistir o filme pela terceira vez pra conferir! Excelente texto!!

    1. Exato. No filme é passada essa informação. Entretanto, não se sabe o porquê de esses humanos terem deixado uma “boca” do buraco tão longe da terra.

      • ROCA em 26/08/2016 às 19:19
        Autor

      Pois é, como você viu no início do texto eu cito que a viagem à Saturno pela nave Endurance levou cerca de 2 anos. Por que os humanos do futuro não o construíram perto da Terra? Por que ter que levar dois anos se poderiam levar apenas alguns dias para chegar ao Buraco de Minhoca se o mesmo estivesse próximo do nosso planeta? Eis as questões…

    2. Aí tenho outra teoria (não sou físico, pode ser asneira… ehhehe): Eles precisariam de um contraponto gravitacional, que aqui no sistema solar só seria fornecido por Júpiter ou pelo Sol. Colocar perto do Sol seria inviável pelo calor, radiação, vento solar… Então sobrou Júpiter. Porque acredito em contraponto gravitacional: Na abertura de lá existe um buraco negro sugando tudo, e alterando muito fortemente a malha do espaço-tempo. Com uma abertura perto de nós, essa ação, passada através do buraco de minhoca, poderia provocar um desequilíbrio muito forte nos nossos arredores. A gravidade de Júpiter poderia equilibrar um pouco esse distúrbio.

      • ROCA em 26/08/2016 às 21:36
        Autor

      Tudo bem Garrete, quanto ao fato de estar longe da Terra, eu concordo que poderia ser perigoso para nosso planeta se estivesse nas proximidades, mas, só uma pequena ressalva, o buraco de minhoca foi construído perto de Saturno e não de Júpiter. Se fosse construído perto de Júpiter seria até melhor, pois a viagem seria na metade do tempo e facilitaria as coisas…

    3. Valeu, Roca, viajei mesmo!! kkkkkkk…

  12. Caro Roca e demais participantes,

    Vi o filme duas vezes, como sugerido, sendo a primeira em sua estreia no Brasil. Há algum dias comprei o DVD e aí sim pude aproveitar desta bela obra cinematográfica, à moda de 2001… Muito bom mesmo.

    Depois de me divertir com tudo que li aqui, ficou uma dúvida que ainda não foi bem esclarecida. A personagem vivida pelo protagonista tenta avisar sua filha sobre o ocorrido, por meio do código morse (o tal fantasma que ela menciona com o pai); no entanto, isso já acontece no início do filme, bem antes de sua viagem. Ao final entendemos que era ele o tempo todo emitindo aqueles sinais na estrutura de 5 dimensões, atrás de seus livros. Mas como ele já estava lá, antes de ser de fato enviado na viagem interestelar? Há um paradoxo aí que o filme não deixou claro, ou eu pesquei em algum momento. Por favor, se ainda for possível, gostaria de um comentário sobre este detalhe. Obrigado, Manuel

      • ROCA em 25/07/2016 às 10:37
        Autor

      Caro Manuel,
      Você entendeu certo, o ‘fantasma’ que tentava se comunicar com a menina no início do filme era mesmo o pai dela através do mecanismo Tesseract de 5 dimensões. É um paradoxo temporal, mesmo. Além disso, o filme não ajuda muito a entender isso no início, vendo a película por duas vezes você percebe melhor.

  13. Outra coisa Q não consigo aceitar! Porque eles insistem em colocar nesses filmes o tal “sono criogênico” dormir de molho na água ou em alguma solução especial sem comer ou se exercitar e voltar depois de 20 anos Dormindo como se fosse um cochilo de 20 minutos! Inaceitável

      • ROCA em 01/06/2016 às 12:10
        Autor

      Concordo, mas isso é pura ficção. Não existe hoje tecnologia para sono criogênico. Então, ‘vale tudo’ para os autores da história.

  14. Alguém pode me dizer porque o planeta de Miller é tão razo? O ranger pousa do planeta usado os próprios trens de pouso!!! Não intendo porque ondas tão grandes com um planeta aparentemente com oceanos tão rasos!

  15. Saudações e parabéns pela excelente analise desse magnifico filme, mas tenho uma certa duvida sobre o ponto de controvérsia n.7 na parte que diz o seguinte, ” Embora o desenho do buraco negro supermassivo Gargantua (100.000.000 de vezes a massa do Sol) seja muto bem elaborado e inédito em filmes, nota-se a falta dos jatos polares com a matéria ejetada pelos campos magnéticos gerados pelo plasma em rotação no Buraco Negro.”. Tenho um conhecimento limitado sobre o assunto mas até onde sei, para que esses jatos se formassem não seria necessário que o buraco negro absorvesse uma imensa quantidade de energia de uma fonte próxima a fim de tornar-se um QUASAR e só assim gerar os tais jatos devido ao “estresse gravitacional” provocado pelo grande acumulo de energia que não cai diretamente no horizonte e é “regurgitado” de vota para o espaço no formato de 2 feixes de energia que se estendem por milhões de anos luz? Esse caso realmente acontece com buracos negros supermassivos e o Gargantua foi enquadrado nesse nível, mas como não há uma fonte de energia excessiva próxima o disco de acreção que foi visto no filme é muito fraco para gerar tal fenômeno(atrevo-me até a presumir que seja uma parte da energia gerada pela supernova que originou o buraco, sendo engolida lentamente). Podemos presumir então que mesmo sendo supermassivo, Gargantua não poderia ejetar jatos polares sem que uma quantidade MUITO MAIOR de energia fosse absorvida pelo mesmo, confere essa minha teoria? Grato pela atenção.

      • ROCA em 18/09/2015 às 14:35
        Autor

      Como o Gargantua tem um disco de acresção os jatos polares tinham que estar evidenciados. Isso acontece até com buracos negros estelares como Cygnus X-1 e até mesmo em estrelas de nêutrons com disco de acresção. Veja abaixo:

      O que acontece com a matéria atraída por um energético buraco negro?
      http://eternosaprendizes.com/2009/06/08/o-que-acontece-com-a-materia-atraida-por-um-energetico-buraco-negro/

    • Lucas Maciel em 02/09/2015 às 03:54
    • Responder

    Bom não sou estudioso ao ponto de ter alguma notoriedade aqui.Então aqui vão algumas perguntas e observações do que sei sobre buracos negros
    Ponto 1: mesmo com o disco de accreção de gargantua, esse mesmo disco n poderia gerar luz,calor e radiação suficiente para sustentação de vida como conhecemos?Me lembro de algo no filme ser citado como uma anã branca estar sendo engolida pelo monstrinho cósmico se não estou enganado.
    Ponto 2:Um buraco negro supermassivo como esse apresentado no filme segundo Stephen Hawking, emitiria radiação mas não emitiria tão poderosamente como um buraco negro menor com um poder gravitacional maior.
    Ponto 3:Mesmo que os planetas estivessem em um local de gravidade capaz de alterar o tempo e espaço, radiação atravessa o tecido gravitacional de maneira a poder matar os viajantes?
    Ponto 4:Já vi coisas estranhas pra filmes assim, acredito plenamente que sejamos únicos nesse universo e que se A Vida como conhecemos floresceu em algum ponto do cosmos afora, nunca a conheceremos talvez.
    Ponto 5: o buraco de minhoca não entendi bem sobre o buraco branco mencionado. e também quero saber sobre o tal espaço entre as 3 dimensões conhecidas apresentado no filme.

      • ROCA em 02/09/2015 às 08:02
        Autor

      Lucas:
      1. Discos de acreção emitem radiações daninhas a vida como raios X e ultravioleta pois a matéria em queda se aquece violentamente.
      2. Não. A radiação/luz é proveniente do disco de acresção, da matéria em queda e não do buraco negro supermassivo em si.

      Leia aqui:
      A fúria do buraco negro revela sua galáxia tão distante
      http://eternosaprendizes.com/2009/09/06/a-furia-do-buraco-negro-revela-sua-galaxia-tao-distante/

      3. Sem dúvida a radiação mataria os viajantes. As naves não tinham proteção para tal. Muito menos os trajes espaciais.
      4. ok
      5. Buracos de minhoca, buracos brancos e dimensões extras são objetos de especulação. Como o filme é ficção então pode tomar liberdades e usar esses artifícios.

  16. Muito bem colocado. Acho que para os próximos filmes deste gênero, estas questões poderiam ser resolvidas com a consultoria de outros físicos, além dos que foram contratados. Por outro lado, imagino que não deve ser fácil construir uma trama que seguisse todas as regras físicas, e ao mesmo tempo envolvesse o espectador. Eu fui assistir o filme com minha filha e ela, mesmo tendo entendido menos coisas do que eu, disse ter gostado. É um filme bem produzido, tanto que recebeu 5 indicações para o Oscar. Torço para que haja uma sequência, em que eles procurem nos mostrar ainda mais realismos sobre os extra-mundos. Pelo menos se aproximaram mais do que muitos outros science fictions por aí.
    Abraço.

      • ROCA em 16/01/2015 às 17:36
        Autor

      Esse filme é um ponto fora da curva, em comparação com outros do gênero SCI-FI. Ao meu ver dois pontos se destacam em relação aos demais filmes ‘interplanetários’ ou ‘interesrelares’ ou ‘intergalácticos’:

      1. Não existem ETs ou monstros;

      2. O ‘uso e abuso’ da física (relatividade geral) na trama da história.

      abs
      ROCA

  17. Olá meu amigo Roca, eu assisti este excelente filme e já tenho visto muitas coisas fora do padrão. Mas uma parte do filme faz muito sentido sobre as aguas, o tempo voa enquanto tu estas dentro dela, seja em uma piscininha ou então no mar. A conclusão que eu tirei sobre o filme foi muito boa. Pois foi mostrado o lado (#@$@#%@# palavras de baixo calão) humano de alguns e o desempenho sobre o que não conhecemos.
    Levaria dias, meses e até anos tentando explicar que eu tenho vivenciado sobre muita coisa.
    Mas por hora deixo meu post para que muitos leiam e tenham duvidas sobre o nosso megaverso.
    Um grande abraço.

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