NGC 3603 e NGC 3576: ESO revela uma paisagem espetacular de formação estelar

http://www.eso.org/public/images/eso1425a/

Este mosaico de imagens obtidas pelo instrumento Wide Field Imager montado no telescópio MPG/ESO de 2,2 metros, no Observatório de La Silla do ESO, no Chile mostra duas regiões de formação estelar dramáticas na Via Láctea, vista no hemisfério sul. Crédito: ESO/G. Beccari

A imagem acima obtida pelo instrumento Wide Field Imager, no Observatório de La Silla do ESO, no Chile, mostra duas regiões de formação estelar na Via Láctea meridional. A primeira destas regiões, à esquerda, é dominada pelo aglomerado estelar NGC 3603 e situa-se a 20.000 anos-luz de distância, no braço em espiral Carina-Sagitário da nossa Via Láctea. A segunda, à direita, trata-se de uma coleção de nuvens de gás brilhante conhecidas pelo nome de NGC 3576 e situa-se a apenas metade da distância que primeira região se encontra da Terra.

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NGC 3603 é um aglomerado estelar muito brilhante, famoso por ter a mais alta concentração de estrelas massivas descobertas na nossa galáxia até agora. No seu centro situa-se um sistema estelar múltiplo Wolf-Rayet, conhecido por HD 97950. As estrelas Wolf-Rayet encontram-se em um estado muito maduro de evolução e apresentam massas a partir de 20 vezes a massa solar. No entanto, apesar da sua elevada massa, estas estrelas ejetam uma quantidade considerável de matéria, devido aos seus intensos ventos estelares, que enviam o material da superfície estelar para o espaço a velocidades de vários milhões de quilômetros por hora, algo considerado como uma dieta drástica de proporções cósmicas.

O NGC 3603 situa-se em uma região de formação estelar muito ativa. As estrelas nascem em regiões do espaço escuras e poeirentas, escondidas da nossa vista. À medida que as estrelas recém nascidas começam a brilhar e limpam os casulos de material que as rodeiam, tornam-se visíveis e dão origem a brilhantes nuvens de material circundante, conhecidas por regiões HII. As regiões HII brilham devido à interação entre a radiação ultravioleta emitida pelas estrelas jovens quentes brilhantes e as nuvens de gás de hidrogénio. As regiões HII podem ter um diâmetro de várias centenas de anos-luz e a região HII que rodeia a NGC 3603 tem a particularidade de ser a mais massiva da nossa Galáxia.

Este aglomerado foi observado pela primeira vez por John Herschel a 14 de março de 1834 perto da Cidade do Cabo, durante a sua expedição de três anos para mapear o céu austral de forma sistemática. Este astrónomo descreveu o objeto como extraordinário e pensou que poderia tratar-se de um aglomerado estelar globular. Estudos posteriores mostraram que não se trata de um aglomerado globular velho, mas sim de um jovem aglomerado aberto, um dos mais ricos conhecidos.

A nebulosa NGC 3576, situada no lado direito da imagem, encontra-se igualmente no braço em espiral de Carina-Sagitário da Via Láctea, no entanto está apenas a 9000 anos-luz de distância da Terra – muito mais perto que o NGC 3603, mas aparece próximo deste no céu.

A NGC 3576 apresenta dois enormes objetos curvos que parecem os chifres de um bode. Estes estranhos filamentos são o resultado de ventos estelares emitidos por estrelas quentes e jovens que se situam nas regiões centrais da nebulosa e que lançam gás e poeira para o exterior a centenas de anos-luz de distância. Duas regiões escuras, conhecidas por glóbulos de Bok, são também visíveis neste vasto complexo de nebulosas. As nuvens pretas próximo do topo da nebulosa são igualmente potenciais locais de futura formação estelar.

A NGC 3576 foi também descoberta por John Herschel em 1834, fazendo com que este fosse um ano particularmente produtivo e visualmente recompensador para o astrônomo inglês.

Fonte

ESO: A Spectacular Landscape of Star Formation

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6 comentários

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    • rodrigo zaratustra em 07/09/2014 às 01:34
    • Responder

    Gratidão pelo retorno… vou fazer contato…

    • rodrigo zaratustra em 06/09/2014 às 23:52
    • Responder

    Boa noite ROCA, nao recebi um retorno seu… estou no aguardo…
    e tem mais, presenciei mais dois eventos a olho nú…
    continuo no aguardo…

      • ROCA em 07/09/2014 às 00:09
        Autor

      No facebook há o grupo BRAMON. Entre neste grupo e pergunte a eles que são especialistas em observar eventos no céu.

      https://www.facebook.com/groups/bramon/

    • rodrigo zaratustra em 22/08/2014 às 01:18
    • Responder

    Roca… gratidão pelo retorno…

    Sai para observar o céu por volta das 3hrs…
    O evento foi observado entre 3 e 03:15, nao sei com precisao a hora exata do evento, mas se trata de eu ter observado uma luz de brilho parecido ao Higel ou Radar se esvaecer… a leste…
    Acredito ter sido entre Andromeda, Mirach e Carneiro…
    e nao tenho nenhuma sombra de dúvidas do acontecido….

    • Rodrigo Zaratustra em 21/08/2014 às 02:32
    • Responder

    Boa noite, sou entusiasta da astronomia, sempre estou observando o céu… frequentador assiduo da pagina…
    no dia 18 ou 19 presenciei um evento a olho nú…
    acho q sei mais ou menos onde foi acontecido tal evento…
    gostaria de saber se é possível agente tentar entender o acontecido…
    certo de que serei atendido o mais breve possivel… aguardo…

      • ROCA em 21/08/2014 às 08:18
        Autor

      Explique melhor o que viu, onde viu e que horas.

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