A poderosa câmera  ArTeMiS do telescópio APEX captura o brilho frio da formação estelar

http://www.eso.org/public/images/eso1341a/

Esta imagem da região de formação estelar NGC 6334 é uma das primeiras imagens científicas do instrumento ArTeMiS montado no APEX. A imagem mostra o brilho detectado no comprimento de onda de 0,35 milímetros, emitido pelas densas nuvens de grãos de poeira interestelar. As novas observações da ArTeMiS estão a laranja e foram sobrepostas a uma imagem da mesma região obtida no infravermelho próximo pelo telescópio VISTA do ESO, instalado no Paranal. Créditos: ArTeMiS team/Ph. André, M. Hennemann, V. Revéret et al./ESO/J. Emerson/VISTA/Cambridge Astronomical Survey Unit

O dispositivo ArTeMiS [1] instalado recentemente no APEX (Atacama Pathfinder Experiment) forneceu uma bela imagem detalhada da Nebulosa da Pata do Gato.

O APEX é um telescópio de 12 metros de diâmetro instalado em grande altitude no deserto do Atacama. O APEX opera nos comprimentos de onda nas bandas do milímetro e submilímetro, o que corresponde as faixas entre a radiação infravermelha e as ondas rádio do espectro eletromagnético, fornecendo aos astrônomos uma ferramenta valiosa para observar o Universo.

A ArTeMiS [1] é uma câmera de grande angular que trabalha na região submilimétrica do espectro, uma adição importante ao conjunto de instrumentos do APEX, fazendo aumentar a profundidade e detalhe com que se poderá observar. A rede de detectores de nova geração da ArTeMiS atua mais como uma câmera CCD do que a geração anterior de detectores, o que permitirá fazer mapas do céu de campo largo mais depressa e com muito mais pixels.

Loading player…

A equipe que instalou a ArTeMiS [2] teve que lutar contra condições meteorológicas extremas para conseguir completar a tarefa. O Centro de Controle do APEX encontrava-se praticamente soterrado por imensa neve que caiu no planalto do Chajnantor. Com o auxílio do pessoal do Centro de Apoio às Operações do ALMA e do APEX, a equipe transportou as caixas onde estava a ArTeMiS até ao telescópio por uma estrada de recurso, evitando os amontoados de neve trazidos pelo vento, e conseguiu instalar o instrumento, colocar o criostato em posição e ligá-lo na sua posição final.

http://www.eso.org/public/images/eso1341c/

A equipe da ArTeMiS teve que cavar a neve para poder entrar no centro de controle do APEX, no planalto do Chajnantor, ao norte do Chile. Em primeiro plano podemos ver Laurent Clerc e no meio da fotografia temos Jérôme Martignac (à esquerda) e François Visticot (à direita). Ao fundo, perto da porta do edifício, vemos Yannick Le Pennec. Esta fotografia pode ser comparada a uma fotografia do mesmo edifício sob condições atmosféricas normais (abaixo). Crédito: ArTeMiS team/ESO

Para testar o instrumento foi preciso esperar por tempo muito seco, já que os comprimentos de onda no submilímetro que o APEX observa, são fortemente absorvidos pelo vapor de água. No entanto, quando o bom tempo chegou, foram feitas observações de teste bem sucedidas. No seguimento dos testes e das observações de instalação, a ArTeMiS foi utilizada para vários projetos científicos. Um dos alvos apontados foi a região de formação estelar NGC 6334 (Nebulosa da Pata do Gato), situada na constelação austral do Escorpião. Esta nova imagem obtida pela ArTeMiS está significativamente mais nítida do que as imagens APEX anteriores da mesma região.

Os testes da ArTeMiS continuam e a câmera regressará brevemente a Saclay, em França, para que se possam instalar mais detectores no instrumento. Toda a equipe está muito entusiasmada com os resultados destas observações iniciais, que são uma bela recompensa pelos muitos anos de trabalho árduo, e os quais não poderiam ter sido alcançados sem a ajuda e o apoio do pessoal do APEX.

http://www.eso.org/public/images/dsc_0079/

Centro de Controle do APEX no planalto Chajnantor, a 5.000 metros de altura, em condições atmosféricas normais, sem a neve. Crédito: ESO

Notas

[1] ArTeMiS é o acrônimo de Architectures de bolométres pour des Télescopes à grand champ de vue dans le domaine sub-Millimétrique au Sol (Rede de bolômetros para telescópios de campo largo no domínio submilimétrico instalados no solo).

[2] A equipe do CEA é composta por Philippe André, Laurent Clerc, Cyrille Delisle, Eric Doumayrou, Didier Dubreuil, Pascal Gallais, Yannick Le Pennec, Michel Lortholary, Jérôme Martignac, Vincent Revéret, Louis Rodriguez, Michel Talvard e François Visticot.

Fonte

ESO: The Cool Glow of Star Formation – First Light of Powerful New Camera on APEX

._._.

 

Deixe uma resposta

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.

error: Esse blog é protegido!