Gum 41: uma paisagem cósmica em escarlate

http://www.eso.org/public/images/eso1413a/

Esta nova imagem obtida pelo instrumento Wide Field Imager (WFI), montado no telescópio MPG/ESO de 2,2 metros, no Observatório de La Silla, no Chile, revela uma nuvem de hidrogênio chamada Gum 41. No seio desta nebulosa pouco conhecida, estrelas luminosas, quentes e jovens, emitem radiação que faz brilhar o hidrogênio circundante em um caraterístico tom escarlate. Crédito: ESO

O observatório de La Silla revelou detalhes inéditos de uma nuvem de hidrogênio chamada Gum 41. No seio desta nebulosa pouco conhecida, estrelas luminosas, quentes e jovens, emitem radiação que faz brilhar o hidrogênio circundante em tons de vermelho.

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A região do céu meridional na constelação do Centauro acolhe muitas nebulosas brilhantes, cada uma associada a estrelas quentes recém nascidas que se formaram das nuvens de hidrogênio gasoso. A intensa radiação emitida pelas estrelas jovens excita o hidrogênio restante, fazendo com que este brilhe na cor vermelha típica das regiões de formação estelar. Outro exemplo famoso do mesmo fenômeno pode ser observado na Nebulosa da Lagoa (eso0936), uma enorme nuvem que brilha em semelhantes tons escarlates.

Esta nebulosa reside a cerca de 7.300 anos-luz de distância da Terra. Gum 41 foi descoberta pelo astrônomo australiano Colin Gum em fotografias obtidas no Observatório de Mount Stromlo, próximo de Canberra. Gum incluiu este objeto no seu catálogo de 84 nebulosas de emissão, publicado em 1955. Gum 41 é, na realidade, uma pequena parte de uma estrutura muito maior chamada Nebulosa Lambda Centauri, também conhecida pelo nome mais exótico de Nebulosa da Galinha Fugitiva (outra parte da qual foi o tópico da nota de imprensa eso1135). Infelizmente, Gum morreu tragicamente em 1960, ainda jovem, em um acidente de esqui na Suíça.

Nesta imagem de Gum 41, as nuvens parecem ser muito espessas e brilhantes, no entanto não é este o caso. Se um hipotético viajante espacial passasse pelo meio desta nebulosa, muito provavelmente nem a notaria. É que, mesmo de muito perto, a nebulosa apresenta-se tênue demais para poder ser detectada com o olho humano, fato que ajuda a perceber como é que um objeto tão grande apenas foi descoberto em meados do século XX – a sua radiação expande-se de modo muito tênue e o brilho vermelho não se consegue observar adequadamente no domínio ótico.

Esta nova imagem da Gum 41, provavelmente uma das melhores obtidas até agora, foi criada a partir de dados do dispositivo Wide Field Imager (WFI), montado no telescópio MPG/ESO de 2,2 metros, no Observatório de La Silla, no Chile. Trata-se de uma combinação de imagens captadas através de três filtros de cor (azul, verde e vermelho) e de um filtro especial que capta a radiação vermelha emitida pelo hidrogênio.

Fonte

ESO: A Study in Scarlet

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