O observatório de infravermelho espacial Herschel ajuda a reescrever a evolução do Cosmos

Ilustração de galáxias formando novas estrelas. Crédito: ESA

O observatório espacial de infravermelho Herschel da ESA (Agência Espacial Européia) constatou evidências de não é imprescindível que as galáxias tenham que forçosamente colidir umas com as outras para impulsionar um vigoroso pulso de nascimento de novas estrelas. Esta nova descoberta contraria uma hipótese antiga sobre os processos cósmicos e descreve nova imagem majestosa de como as galáxias evoluem.

A conclusão está baseada nas observações de Herschel de duas zonas específicas do céu, GOODS North (no céu do hemisfério norte) e GOODS South (no sul), cada uma com cerca de um terço do tamanho da Lua cheia.

Visão da Via Láctea no infravermelho pelo Herschel. Crédito: ESA

Olhando o Universo por um buraco de fechadura?

Isto é como olhar o Universo através de um “buraco da fechadura” (veja as duas imagens abaixo com as regões do céu investigadas). O Herschel tem rastreado mais de mil galáxias em uma ampla variedade de distâncias da Terra, cobrindo uma faixa que equivale 80% da idade do cosmos.

GOODS South: fatia do céu observada pelo Herschel do hemisfério Sul (1/3 da Lua cheia). As imagens são um mosaico de capturas nos comprimentos de onda de 100μm (azul), 160μm (verde) and 250μm (vermelho). Crédito: ESA/Herschel

GOODS North: fatia do céu observada pelo Herschel do hemisfério Norte (1/3 da Lua cheia). As imagens são um mosaico de capturas nos comprimentos de onda de 100μm (azul), 160μm (verde) and 250μm (vermelho). Crédito: ESA/Herschel

Estas observações são inéditas uma vez que o Herschel tem a capacidade de estudar uma ampla gama da luz no espectro do infravermelho.

Elas revelam o quadro mais completo do nascimento estelar, de uma forma jamais vista.

A teoria anterior

Sabemos por pesquisas anteriores que a taxa de formação estelar atingiu seu ponto máximo no início do universo, há cerca de 10 bilhões de anos (o Universo tem cerca de 13,7 bilhões de anos de idade). Naquela época, algumas galáxias estavam se formando estrelas a uma taxa de dez ou mesmo centenas de vezes mais forte do que está acontecendo em nossa galáxia hoje.

Comparando com as observações do Universo mais próximo que nos cerca, taxas de natalidade estelar tão elevadas são muito mais raras e sempre parecem ser causadas por galáxias em colisão. Portanto, os astrônomos tinham assumido que esta regra prevaleceria também ao longo da história do Cosmos desde os primórdios.

Herschel nos mostra agora que este não é o cenário observado quando se olha para as galáxias que estão muito distantes, ou seja, como elas se apresentavam há cerca de 10 bilhões de anos.

Um novo quadro majestoso

David Elbaz, da CEA Saclay, França, e colegas, ao analisar os dados de Herschel, descobriram que as colisões de galáxias desempenharam um papel de menor importância ao fomentar do nascimento de estrelas no passado, embora algumas galáxias jovens atuarem violentamente, criando estrelas em um ritmo furioso.

Ao comparar a quantidade de luz infravermelha liberada por essas galáxias em diferentes comprimentos de onda, a equipe demonstrou que a taxa de natalidade estelar depende da quantidade de gás envolvida, se não ocorrerem colisões galácticas.

O gás é a matéria-prima para a construção de estrelas e este trabalho revela uma relação relativamente simples: quanto mais gás contém uma galáxia, mais estrelas nascem.

Dr Elbaz afirmou:

Só as galáxias que não têm uma grande quantidade de gás são lugares onde as colisões são imprescindíveis para fornecer a matéria prima para provocar altas taxas de formação de estrelas.

Isso se aplica a galáxias atuais (as que residem próximas de nós) porque, depois de formar estrelas por mais de 10 bilhões de anos, esgotaram a maior parte da sua matéria-prima gasosa original.

A pesquisa traça um novo quadro dos nascimentos das estrelas, muito mais imponente do que antes, com a maioria das galáxias assentadas no espaço, crescendo de forma lenta e natural a partir dos gases atraídos dentro do seu ambiente.

Göran Pilbratt, cientista do projeto Herschel para a ESA, esclareceu:

Herschel foi projetado para estudar a história da formação de estrelas ao longo do tempo cósmico. Estas novas observações mudam nossa percepção da história do universo.

 

Fonte

ESA: Herschel paints new story of galaxy evolution

 

._._.

2 comentários

  1. ROCA,
    Aqui é o Rômulo Cortez de Paula do Yahoo Respostas.
    Foi difícil encontrar seu blog.
    Ofereço-lhe os meus:
    “A Massa do Universo é 10^54 kg !”
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    Parabéns pelo seu trabalho !
    Abraço do amigo Rômulo.

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