Cientistas do SAO esclarecem sobre os tamanhos dos asteróides potencialmente perigosos

Os “Near Earth Objects” (NEOs) são a família de asteróides cujas órbitas se aproximam da Terra. Esta imagem do asteróide Gaspra foi obtida pela sonda Galileo e, embora este asteróide não seja um NEO, a superfície de Gaspra pode assemelhar-se de alguns NEOs. Os NEOs são também os destinos possíveis para futura visitação por astronautas. Agora, os astrônomos do SAO (SMITHSONIAN ASTROPHYSICAL OBSERVATORY) anunciaram os primeiros resultados do maior programa em curso para determinar o tamanho e as características dos NEOs. Crédito: NASA

Os “Near Earth Objects” (NEOs) são a família de asteróides cujas órbitas se aproximam da Terra. Esta imagem do asteróide Gaspra foi obtida pela sonda Galileo e, embora este asteróide não seja um NEO, a superfície de Gaspra pode assemelhar-se de alguns NEOs. Os NEOs são também os destinos possíveis para futura visitação por astronautas. Agora, os astrônomos do SAO (SMITHSONIAN ASTROPHYSICAL OBSERVATORY) anunciaram os primeiros resultados do maior programa em curso para determinar o tamanho e as características dos NEOs. Crédito: NASA

Os perigosos NEOs

Os NEOs (Objetos Próximos da Terra, em inglês: Near Earth Objects) são asteróides ou cometas cujos caminhos orbitais os levam eventualmente as proximidades da órbita da Terra em torno do Sol. Assim, teoricamente, cada NEO trás um risco de algum dia colidir com a Terra. Há quase 7.000 deles já identificados até hoje, um número várias vezes maior do que os cientistas previram décadas atrás.

Riscos dos efeitos do impacto

O impacto de um NEO que possua um quilômetro de tamanho, poderia provavelmente destruir um estado de médio porte. Lembramos que o evento de Tunguska em 1908 destruiu mais de 2.000 quilômetros quadrados na Sibéria, Rússia e, segundo algumas estimativas, foi causado por um asteróide [ou fragmento de cometa] com apenas 60 metros de diâmetro. Preocupado com potenciais desastres causados por objetos cósmicos, o congresso americano estabeleceu uma meta de que em dez anos esteja concluída a catalogação de 90% do número total de NEOs com dimensões maiores que 140 metros de diâmetro.

Sabemos que é relativamente fácil de se detectar um objeto nas proximidades observando-o no espectro da luz visível, observando o seu movimento no céu todas as noites. Por outro lado, medir o seu tamanho é uma tarefa muito mais difícil. O problema é que a luminosidade óptica de uma NEO é o resultado de seu tamanho e sua refletividade (albedo), e não é possível determinar o tamanho de um asteróide somente sabendo o valor do seu brilho óptico.

Asteróides e cometas visitados por sondas espaciais. Créditos: ESA, NASA, JAXA, RAS, JHUAPL, UMD, OSIRIS; Montagem: Emily Lakdawalla (Planetary Society) & Ted Stryk

Asteróides e cometas visitados por sondas espaciais. Créditos: ESA, NASA, JAXA, RAS, JHUAPL, UMD, OSIRIS; Montagem: Emily Lakdawalla (Planetary Society) & Ted Stryk

Diâmetro 10 vezes maior => 1.000 vezes mais dano

Até agora, apenas 1,5% dos NEOs possuem medidas precisas de tamanho, e muitas destes são relativamente grandes. Astrônomos prevêem que há dez vezes mais NEOs com diâmetros de 100 metros que os de um quilômetro. A boa notícia é que o dano está relacionado diretamente ao volume do asteróide (fisicamente, o dano é proporcional ao cubo do diâmetro do objeto) e conseqüentemente a força do impacto de um objeto de 100 metros é 1.000 vezes menos destrutiva que um corpo com um quilômetro.

Os Astrônomos do CfA Joe Hora, Giovanni Fazio, Howard Smith e Tim Spahr montaram uma equipe de 16 astrônomos para estudar a NEOs observados em comprimentos de onda infravermelho, onde os NEOs emitem seu calor próprio sob a forma de radiação e refletem a luz solar. A técnica usada permite que, ao combinar brilho infravermelho com valor da luminosidade na faixa ótica do espectro, os cientistas consigam deduzir o tamanho e a albedo do objeto. Além disso, uma vez que o albedo é uma propriedade das características da superfície do asteróide (sólida? Ou um monte de escombros?) e da composição mineral, o resultado ajuda a determinar a natureza do asteróide, onde possivelmente este foi originado no Sistema Solar e como ele evoluiu.

Utilizando o conjunto de câmaras de infravermelho do Spitzer Space Telescope, a equipe do CfA fez um programa para caracterizar 700 NEOs, um aumento dramático no número de objetos até agora conhecido.

Agora, em seu primeiro artigo sobre o projeto em curso a equipe anunciou resultados interessantes: quase metade dos objetos medidos tem um diâmetro inferior a um quilômetro, sendo a que o menor possui apenas cerca de 90 metros de largura.

Uma quantidade menor do que a esperada

Os astrônomos do CfA relataram que, até agora os dados sugerem que NEOs menores, embora sejam os mais abundantes, parecem ter passado por processos no sistema solar que os têm feito menos numerosos do que o esperado pelos cientistas, um número menor que o previamente calculado a partir da extrapolação das estatísticas dos NEOs de grande porte.

Asteróides menores e relativamente jovens

Além disso, outro fato importante é que os astrônomos deduziram as condições de superfície destes pequenos asteróides e constataram que provavelmente são objetos jovens, de talvez até menos de um milhão de anos.

Estes resultados representam uma contribuição dramática para o difícil desafio colocado pelo congresso americano de caracterizar a maioria dos objetos próximos da Terra potencialmente perigosos e aumentam a nossa compreensão dos processos físicos que moldaram o Sistema Solar, desde sua formação há quase 5 bilhões de anos.

Fontes e referências

  1. SAO (SMITHSONIAN ASTROPHYSICAL OBSERVATORY): Sizes for Potentially Dangerous Asteroids
  2. Physorg: Sizes for potentially dangerous asteroids
  3. NASA/JPL: Spitzer Finds a Flavorful Mix of Asteroids

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