ESO mostra a região de R Coronae Australis, uma verdadeira aquarela cósmica

Região formadora de estrelas em volta da estrela R Coronae Australis. Crédito: ESO/La Silla

Região formadora de estrelas em volta da estrela R Coronae Australis. Crédito: ESO/La Silla

Esta bela fotografia da região que rodeia a estrela R Coronae Australis foi criada através de imagens obtidas com o dispositivo Wide Field Imager (WFI) do Observatório do ESO em La Silla , Chile. R Coronae Australis reside na região central de uma zona de formação estelar e se encontra rodeada por uma delicada nebulosa de reflexão azulada embutida em uma nuvem de poeira gigante. Esta nova imagem revela detalhes inéditos desta região do céu.

A estrela R Coronae Australis situa-se em uma das mais espetaculares regiões de formação estelar conhecidas. A fotografia foi capturada pelo dispositivo Wide Field Imager (WFI) instalado no telescópio MPG/ESO de 2,2 metros no Observatório de La Silla, no Chile. Esta imagem resulta da combinação de doze imagens diferentes obtidas através dos filtros no vermelho, verde e azul.

A imagem mostra uma zona do céu que cobre aproximadamente a área da Lua Cheia, ou seja, cobre um diâmetro de cerca de quatro anos-luz à distância na que se encontra a nebulosa, que é aproximadamente 420 anos-luz, na direção da pequena constelação da Coroa Austral. O objeto tem nome da estrela R Coronae Australis, exibida no centro da imagem, uma das várias estrelas nesta região. A estrela R Coronae Australis é uma estrela variável muito jovem que se encontra ainda rodeada por uma nuvem de gás e poeira, a partir da qual se originou.

A radiação intensa emitida por estas estrelas jovens quentes interage com o gás que as rodeia e, ou é refletido ou re-emitido a um comprimento de onda diferente. Estes processos complexos, determinados pela física do meio interestelar e pelas propriedades das estrelas, são responsáveis pelas magníficas cores das nebulosas. A nebulosidade azul clara observada nesta imagem deve-se principalmente à reflexão da radiação estelar por pequenas partículas de poeira. As estrelas jovens deste objeto são semelhantes em massa ao Sol e não emitem radiação ultravioleta suficiente para ionizar uma fração substancial do hidrogênio envolvente. O que significa que a nuvem não brilha com a cor avermelhada característica, observada em tantas regiões de formação estelar.

A imagem mostra uma visão de campo largo da região vizinha da estrela R Coronae Australis. Uma grande nuvem de poeira cósmica, com 8 anos-luz de diâmetro, domina o centro da imagem. A reflexão azulada da nebulosa próxima a R Coronae Australis aparece à direita do centro. O aglomerado globular NGC 6723 está acima, à direita, da nebulosa. Crédito: Loke Kun Tan (StarryScapes.com)

A imagem mostra uma visão de campo largo da região vizinha da estrela R Coronae Australis. Uma grande nuvem de poeira cósmica, com 8 anos-luz de diâmetro, domina o centro da imagem. A reflexão azulada da nebulosa próxima a R Coronae Australis aparece à direita do centro. O aglomerado globular NGC 6723 está acima, à direita, da nebulosa. Crédito: Loke Kun Tan (StarryScapes.com)

A nebulosa de reflexão encontra-se embutida numa enorme nuvem de poeira, observada aqui com grande detalhe. As cores sutis e as diversas texturas das nuvens de poeira lembram, de fato, uma pintura impressionista. Uma estreita faixa escura proeminente atravessa a imagem deste o seu centro até ao lado inferior esquerdo. Nesta região a radiação visível emitida pelas estrelas em formação no interior da nuvem é totalmente absorvida pela poeira. Estes objetos poderão apenas ser detectados através de observações feitas a maiores comprimentos de onda, nomeadamente utilizando câmaras que permitem detectar a radiação infravermelha.

A própria R Coronae Australis não é visível a olho nu, mas sua pequenina constelação em forma de tiara é facilmente observável em locais escuros, longe da poluição luminosa, devido à sua proximidade no céu com a grande constelação de Sagitário e as ricas nuvens de estrelas na direção do centro da nossa própria galáxia, a Via Láctea.

Fontes e referências

Universe Today: R Coronae Australis: A Cosmic Watercolor

ESO:

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