ESA: Planck revela estruturas e filamentos de poeira da Via Láctea

Planck revela estruturas de poeira cósmica em até 500 anos-luz do Sol

Planck revela estruturas de poeira cósmica em até 500 anos-luz do Sol

Filamentos gigantescos de fria poeira cósmica, alongados através de nossa galáxia, foram agora revelados em uma nova imagem do satélite cosmológico Planck da ESA. A análise destas estruturas poderá ajudar a desvendar as forças que dão forma a nossa Galáxia e ativam o criação de novas estrelas.

O observatório espacial Planck foi projetado principalmente para estudar e elucidar alguns dos maiores mistérios da cosmologia:

  • Como o Universo se formou?
  • Como as galáxias se originaram?

Esta nova imagem amplia o alcance de suas investigações sobre as estruturas de poeira fria de nossa própria galáxia.

Planck varre os céus revelando seus segredos

A imagem mostra a estrutura filamentosa de poeira na vizinhança solar, até cerca de 500 anos-luz do Sol. Os filamentos locais estão conectados à Via Láctea, os quais estão mostrados pela estrutura horizontal na cor rosa, na parte inferior da imagem. Aqui, a emissão é proveniente de muito mais longe, através do disco de nossa galáxia.

Para facilitar o entendimento, a imagem possui um código de cores para distinguir as diferentes temperaturas da poeira cósmica. Os tons em rosa claro mostram pó a algumas dezenas de graus acima do zero absoluto, enquanto que as cores mais escuras estão associadas a poeira com temperatura em torno de -261° C, apenas cerca de 12 graus acima do zero absoluto. O pó mais aquecido está concentrado no plano galáctico. Assim, observa-se nesta imagem que a poeira em suspensão acima e abaixo é mais fria.

“O que faz com que estas estruturas tenham estas formas particulares, ainda não é bem compreendido”, disse Jan Tauber, cientista do projeto ESA/Planck. As áreas mais densas são chamadas de nuvens moleculares enquanto as partes mais difusas são denominadas de “cirrus”. Elas consistem em aglomerados de poeira e gás, embora o gás não apareça diretamente nesta imagem.

Há muitas forças que trabalham na galáxia ajudando a formar as nuvens moleculares e os “cirrus” nestes padrões filamentosos. Por exemplo, em largas escalas a galáxia gira, criando padrões espirais de estrelas, poeira e gás. A gravidade exerce uma influência importante, atraindo a poeira e o gás. A radiação e os jatos de partículas das estrelas empurram o gás e poeira ao redor e os campos magnéticos também desempenham um papel, que permanece misterioso para os cientistas.

Os pontos brilhantes na imagem são agrupamentos densos de matéria onde a formação de estrelas poderá ocorrer. Quando os agrupamentos se comprimem, estes ficam mais densos e tornam-se melhores para desempenhar o papel de proteger seus interiores de radiações luminosas e alta energia. Isto lhes permite esfriar mais facilmente e acelerar seu próprio colapso.

O telescópio espacial Herschel da ESA pode ser usado para estudar tais regiões em detalhes, mas apenas o observatório Planck pode encontrá-las em sua pesquisa por todo o céu. Lançado juntos em maio de 2009, Planck e Herschel estão ambos estudando os componentes mais frios do Universo. Planck olha para estruturas gigantescas, enquanto Herschel pode fazer observações mais detalhadas das estruturas menores, como as regiões onde residem os berçários estelares.

Um enigma a ser resolvido é porque há estruturas filamentosas semelhantes tanto nas escalas maiores quanto nas menores. “Esta é uma grande questão”, disse Tauber.

A imagem é uma composição em 3 frequências

Esta nova imagem capturada pelo observatório espacial Planck é uma combinação de dados obtidos com o dispositivo High Frequency Instrument (HFI), em comprimentos de onda de 540 e 350 micrômetros, complementada por uma antiga imagem de 100 micrômetros tomada em 1983 com o satélite IRAS.

Os dados HFI foram registrados como parte da sua pesquisa de todo-o-céu em comprimentos de onda de microondas. À medida que a nave robótica gira, seus instrumentos literalmente varrem o céu. Durante cada rotação, os dispositivos da sonda Planck cruzam a Via Láctea duas vezes. Assim, durante o desenvolvimento da missão de mapeamento em alta precisão do brilho cósmico pós Big Bang, representado pela radiação cósmica de fundo de microondas (CMB), Planck também estará produzindo requintados mapas da Via Láctea, a nossa galáxia.

Fontes

ESA: Planck sees tapestry of cold dust

Science Daily: Cosmic Tapestry: Giant Filaments of Cold Dust Stretch Through Milky Way

._._.

3 menções

  1. […] ESA: Planck revela estruturas e filamentos de poeira da Via Láctea […]

  2. […] A formação estelar se origina em regiões escondidas por densas nuvens de poeira e gás, mas isto não significa que este fenômeno seja invisível para nós. Embora os telescópios ópticos apenas consigam ver áreas enegrecidas, os dispositivos especiais de ‘visão’ do Planck revelam inúmeras estruturas brilhantes de m…. […]

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