Cassini revela detalhes das fraturas em Enceladus que expelem vapor d’água e elementos orgânicos

A quente fratura Bagdá em Enceladus: nesta imagem original vemos um mosaico que combina dados de alta resolução do espectrômetro infravermelho composto, a bordo da nave espacial Cassini da NASA, bolsões de calor aparecem ao longo de uma das misteriosas fraturas na região polar sul da lua Enceladus de Saturno. Crédito da imagem: NASA / JPL / GSFC / SWRI / SSI

A quente fratura Bagdá em Enceladus: nesta imagem original vemos um mosaico que combina dados de alta resolução do espectrômetro infravermelho composto, a bordo da nave espacial Cassini da NASA, bolsões de calor aparecem ao longo de uma das misteriosas fraturas na região polar sul da lua Enceladus de Saturno. Crédito da imagem: NASA / JPL / GSFC / SWRI / SSI

Imagens recentemente divulgadas do “flyby” da Cassini por Enceladus em novembro de 2009 revelam uma “floresta” de novos jatos expelidos por suas fraturas proeminentes que atravessam a região polar sul e fornecem o mais detalhado mapa de temperaturas já levantado até agora para uma dessas fraturas.

As novas imagens da equipe de imagem e da equipe do espectrômetro infravermelho também incluem a melhor imagem tridimensional já obtida de uma das “listas de tigre”, uma fissura que liberta partículas geladas, vapor d’ água e elementos orgânicos. Existem também imagens de regiões antes não tão bem mapeadas em Enceladus, incluindo uma região a Sul com padrões tectônicos grosseiramente circulares.

“Enceladus continua a nos surpreender,” afirmou Bob Pappalardo, cientista do projeto Cassini no JPL da NASA em Pasadena, Califórnia, EUA. “A cada passagem rasante da Cassini, aprendemos mais sobre suas atividades extremas e o que existe nesta estranha lua.”

As novas imagens da Cassini revelam mais de 30 jatos individuais de gelo e vapor d’água que emanam das fissuras perto do pólo sul da lua Enceladus de Saturno. Mais de 20 desses jatos não tinha sido visto anteriormente. Crédito: JPL/NASA/Space Science Institute

As novas imagens da Cassini revelam mais de 30 jatos individuais de gelo e vapor d’água que emanam das fissuras perto do pólo sul da lua Enceladus de Saturno. Mais de 20 desses jatos não tinha sido visto anteriormente. Crédito: JPL/NASA/Space Science Institute

Para as câmeras da Cassini, o flyby de 21 de novembro de 2009 forneceu um último olhar sobre a região polar sul de Enceladus, antes que essa região da lua se desloque para um ciclo de escuridão de duração de 15 anos e incluiu também a observação mais detalhada (até agora) dos jatos criogênicos.

Os cientistas planejaram usar esta passagem rasante para procurar novos jatos ou menores, ainda não visíveis em imagens anteriores. Em um mosaico, os cientistas contaram mais de 30 geisers individuais, incluindo mais de 20 até aí nunca antes vistos. Pelo menos um jato capturado em imagens anteriores parece agora menos poderoso.

“Este último flyby confirma o que já suspeitávamos,” afirmou Carolyn Porco, líder da equipe de imagem. “O vigor dos jatos individuais pode variar com o tempo e são jatos imensos, grandes e pequenos, que entram em erupção ao longo das listas de tigre.”

Um novo mapa que combina dados de calor com imagens no espectro visível mostra um segmento de 40 km da maior lista de tigre, conhecida como Sulco de Bagdá. O mapa ilustra a correlação, à maior resolução já obtida, entre as geologicamente jovens fraturas superficiais e as temperaturas amenas anômalas registradas na região polar sul. As grandes detecções de calor parecem estar confinadas a uma estreita, porém intensa região com não mais do um quilômetro ao longo da fissura.

A análise da quantidade total de energia infravermelha e as quantidades relativas de radiação medidas em amostras com diferentes comprimentos de onda mostram que as temperaturas mais altas ao longo da fratura de Bagdá estão limitadas a uma região com menos de algumas dezenas de metros de diâmetro.

A análise da quantidade total de energia infravermelha e as quantidades relativas de radiação medidas em amostras com diferentes comprimentos de onda mostram que as temperaturas mais altas ao longo da fratura de Bagdá estão limitadas a uma região com menos de algumas dezenas de metros de diâmetro.

Nestas medições, as temperaturas máximas ao longo do Sulco de Bagdá excederam 180º K (-93º C), e podem até ultrapassar os 200º K (-73º C). Estas temperaturas amenas provavelmente resultam do aquecimento dos flancos da fratura pela subida do vapor de água que impulsiona os jatos de partículas geladas observados pelas câmaras da Cassini. Os cientistas vão testar esta idéia ao investigar a correspondência entre estas zonas “quentes” e as fontes dos jatos.

“As fraturas são bem geladas para os padrões aqui da Terra, mas podem ser consideradas oásis acolhedores quando comparadas com os 50º K (-223º C) da vizinhança” em Enceladus, disse John Spencer, membro da equipe do espectrômetro infravermelho da Cassini. “A grande quantidade de calor liberada a partir das listas de tigre pode ser suficiente para derreter o gelo subterrâneo. Resultados como estes fazem de Enceladus um dos locais mais interessaantes do Sistema Solar.”

Alguns dos cientistas da Cassini deduzem que quanto mais amenas as temperaturas na superfície, maior a possibilidade dos jatos terem uma origem líquida. “E se for verdade, isto torna o ambiente sub-superficial de Enceladus, líquido e rico em elementos orgânicos, a zona aquática extraterrestre mais acessível do Sistema Solar,” afirmou Carolyn Porco, coordenadora do grupo que cuida das imagens da missão Cassini.

O vôo rasante de 21 de novembro de 2009 foi o oitavo encontro com Enceladus. A Cassini passou a cerca de 1.600 km da superfície da lua, a aproximadamente 82º sul em latitude.

Fontes

Centauri Dreams: Enceladus Hotspots, and Memories of Orion

NASA:

Discovery: More Watery Eruptions, and More Heat, on Saturn’s Moon Enceladus

Space Daily: Zooming In On Heat At Baghdad Sulcus

Science Daily:

Universe Today: Cassini Finds “Heat” and More Geysers on Enceladus

Space.com: Saturn Moon Riddled with Gushing Geysers, New Images Reveal

._._.

3 menções

  1. […] intensa atividade no polo sul da lua criogênica Enceladus, onde encontramos fraturas quentes que ejetam jatos ricos em água, as quais que sugerem a existência de um oceano subsuperficial. Agora, um novo estudo, baseado em […]

  2. […] mais! Moléculas orgânicas complexas têm sido encontradas nas plumas criogênicas ejetadas por Enceladus, compondo um cenário […]

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