Ciências da Terra: estudos sobre a absorção natural de CO² contradizem espectativas anteriores

O aumento da taxa anual de CO2 atmosférico (determinado a partir da análise do gelo armazenado nas geleiras, linha fina pontilhada, e medidas diretas, linha fina negra) tem permanecido consistentemente proporcional ao aumento anual de CO2 liberado pelas atividades humanas (linha grossa negra). A proporção tem se mantido em cerca de 46% (linha grossa pontilhada). Crédito do gráfico: Knorr, 2009

O aumento da taxa anual de CO2 atmosférico (determinado a partir da análise do gelo armazenado nas geleiras, linha fina pontilhada, e medidas diretas, linha fina negra) tem permanecido consistentemente proporcional ao aumento anual de CO2 liberado pelas atividades humanas (linha grossa negra). A proporção tem se mantido em cerca de 46% (linha grossa pontilhada). Crédito do gráfico: Knorr, 2009

Novos dados pesquisados demonstram que o equilíbrio entre o dióxido de carbono (CO2) associado ao ar e a proporção absorvida tem permanecido aproximadamente constante desde 1850, apesar das emissões de dióxido de carbono terem aumentado de cerca de 2 bilhões de toneladas ao ano em 1850 para 35 bilhões no século XXI.

A capacidade de absorção natural de CO2 é flexível?

Isto sugere que os ecossistemas terrestres e os oceanos têm uma capacidade de absorver CO2 muito maior do que anteriormente se pensava.

Os resultados contradizem um significante grupo de recentes investigações as quais esperavam que a capacidade dos ecossistemas terrestres e oceanos de absorver CO2 deveriam começar a diminuir conforme aumentem as emissões de CO2, permitindo o disparo descontrolado dos níveis do gás do efeito estufa. O Dr. Wolfgang Knorr da Universidade de Bristol encontrou que, de fato, a tendência na fração atmosférica desde 1850 tem sido de apenas 0,7 ± 1,4% por década, o que é, essencialmente, igual a zero.

A força do novo estudo, publicado on-line no jornal Geophysical Research Letters, é que ele se baseia tão somente em medidas e dados estatísticos, incluindo registros históricos extraídos do gelo antártico. A pesquisa não se apóia em cálculos computacionais através de complexos modelos climáticos.

Este trabalho é extremadamente importante para a política das mudanças climáticas, uma vez que os objetivos de emissão a serem negociados na Conferência sobre Mudança Climática das Nações Unidas no início de dezembro de 2009 têm sido baseados em projeções que já consideram a absorção natural de carbono livre. Alguns pesquisadores têm advertido contra esta abordagem, apresentando provas que sugerem que a absorção natural já começou a diminuir.

Então, estas são boas notícias para as negociações climáticas em Copenhague? “Não necessariamente”, disse Knorr. “Como todos os estudos de este tipo, existem incertezas nos dados, assim em lugar de depender da Natureza para proporcionar um serviço grátis, absorvendo nossos resíduos de carbono, devemos esclarecer a real razão pela qual esta proporção que está sendo absorvida não tem se modificado [desde 1850]”.

Emissões superestimadas?

Outro resultado do estudo aponta que as emissões procedentes da destruição de florestas poderiam ter sido superestimadas entre 18% e 75%. Este resultado apontado concordaria com resultados publicados na semana passada em Nature Geoscience por uma equipe liderada por Guido van der Werf da Universidade VU de Amsterdam. Eles revisitaram os dados de destruição das florestas e concluíram que as emissões haviam sido superestimadas em mais de 100% acima do valor real.

Para maiores informações, entre em contato com Cherry Lewis.

Fontes e referências

Universidade de Bristol: Controversial new climate change results por Cherry Lewis

Artigo científico: Is the airborne fraction of anthropogenic CO2 emissions increasing? por Wolfgang Knorr. Geophysical Research Letters, VOL. 36, L21710, doi:10.1029/2009GL040613, 2009.

World Climate Report: Airborne Fraction of Human CO2 Emissions Constant over Time

._._.

1 comentário

    • frederico gama abreu em 15/11/2009 às 11:10
    • Responder

    bom dia senhores, o que acham de resolvermos definitivamente o problema de lixo toxco, tenho a soluçao, entrem em contato fredy

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