Sinais de mundos alienígenas em galáxias muito, muito distantes

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M51 por Robert Gendler

Regularmente tomamos conhecimento a respeito de novas descobertas de planetas extrasolares dentro de nossa galáxia, mas no início de 2009 chegaram notícias do possível primeiro planeta descoberto fora da Via Láctea, na galáxia de Andrômeda.

Radiação de baixa frequência aponta a presença de discos de poeira aquecidos em torno das estrelas jovens

Agora chegam notícias do potencial descobrimento de dezenas de sistemas planetários extragalácticos. Erin Mentuch e seus colegas da Universidade de Toronto em Canadá têm analisado 88 galáxias remotas e encontraram um excesso de energia na faixa de freqüência próxima do infravermelho. Concluem os astrônomos que a explicação mais provável para este excesso energético entre 2 e 5 mícrons é a luz proveniente de discos circumestelares, os jovens sistemas solares em formação ao redor de estrelas jovens massivas. “[Isto] nos apresenta uma apaixonante oportunidade de medir o índice de formação sistemas planetários em épocas cósmicas antes da formação do nosso Sistema Solar”, escreveu a equipe em seu artigo.

Análise fotométrica a partir dos dados da Gemini Deep Deep Survey. Na faixa em cinza apresentam as evidências da presençsa do discos aquecidos emitindo a temperatura T~850K.

Gráfico da análise fotométrica a partir dos dados da Gemini Deep Deep Survey. Na linha com traços em cinza (- – – – -) apresentam-se as evidências da presença do discos aquecidos emitindo o equivalente a radiação de um corpo-negro na temperatura T~850K.

A luz das galáxias estudadas foi emitida quanto o Universo tinha entre 25% e 50% da sua idade atual., isto é, com 0,5<z<2,0 [z = taxa de desvio para o vermelho]. Assim, estas galáxias estão demasiadamente remotas para que consigamos ver suas estrelas de forma individual. Por outro lado, em geral, a luz emitida pelas galáxias tem picos em dois comprimentos distintos de onda. Um pico representa a luz combinada das estrelas da galáxia; o outro, em comprimentos de onda maiores, procede do brilho do pó interestelar.

Agora, em cada caso analisado destes galáxias longínquas, a equipe notou um tênue terceiro componente entre os dois picos. O quer que seja o que produz esta luz é demasiado frio para serem estrelas e demasiado quente para ser pó interestelar. “É o resultado mais surpreendente que jamais tenhamos trabalhado”, disso Roberto Abraham, um dos membros da equipe desta pesquisa.

A oportunidade de estudar os discos que existem há tanto tempo poderá ajudar a revelar como se tem mudado o índice de formação de planetas ao longo do tempo em todo o Universo, disse Mentuch.

Vejamos a seguir os que os cientistas escreveram no abstract:

Um largo e contínuo excesso na faixa de freqüências próxima do infravermelho, com picos na janela entre 2 a 5 mícrons, foi detectado em uma amostra espectroscópica de 88 galáxias com 0,5<z<2,0 [z = taxa de desvio para o vermelho], obtidas a partir do Gemini Deep Deep Survey. A linha de emissão a partir dos hidrocarbonetos aromáticos policíclicos (PAH) em 3,3 mícron por si só não permite explicar este excesso, o qual pode ser atribuído por um componente espectral que consiste de uma amostra das linhas de emissão do PAH acrescidas da radiação de corpo-negro com temperatura de superfície T~850K. A luminosidade deste excesso de emissão de radiação próxima do infravermelho em 3 mícron está correlacionada com a taxa de formação estelar das galáxias analisadas. A origem deste excesso nas freqüências próximas do infravermelho está explicada através do exame de excessos similares observados localmente em regiões massivas de formação estelar, nebulosas de reflexão, nebulosas planetárias, estrelas pós AGB e nos cirros galácticos. Nós também consideramos a contribuição potencial a partir das nuvens de poeira aquecidas em volta de núcleos galácticos de baixa luminosidade. Nós concluímos que a mais provável explicação para o excesso no comprimento de onda de 2 a 5 mícrons é a efetiva contribuição dos discos circumestelares em volta de objetos estelares massivos vistos na luz integrada das galáxias de alto desvio para o vermelho. Assumindo que os discos circumestelares se estendem para as menores massas, assim como o fazem em nossa galáxia, o excesso de emissão nos fornece uma oportunidade excitante de medir a taxa de formação de sistemas planetários em eras cósmicas anteriores a formação do nosso Sistema Solar.

Ilustração do disco circumestelar em volta da estrela HD 141569A que foi mapeada pelo telescópio Subaro, Mauna Kea, Havaí.

Ilustração do disco circumestelar em volta da jovem estrela HD 141569A, que foi mapeada pelo telescópio Subaru, Mauna Kea, Havaí. Os sistemas estelares jovens com discos massivos de matéria produzem a radiação nas frequências próximas do infravermelho detectada pelos astrônomos em outras galáxias.

Fontes

Encontraram o primeiro planeta extragaláctico em Andrômeda!

New Scientist: Signs of alien worlds from long ago and far, far away

Universe Today: Hints of More Extra-Galactic Planets

Artigo Científico

ArXiv.org: A near-infrared excess in the continuum of high-redshift galaxies: a tracer of star formation and circumstellar disks?

._._.

3 comentários

    • bruno oliveira em 03/12/2010 às 14:57
    • Responder

    quero aprender sobre mais planetas desconhecido de andromedra

  1. Eu sou fissurado em astronomia. Gosto de fotos, filmes, comentários de cientistas, tudo mesmo sobre planetas, luas, estrelas, galáxias,cometas e tudo o que se relaciona a espaço. Eu não tenho nada com que observar mais entro em todos os sites que falam de espaço e outros do gênero.

  2. Cara muito bom esse site! Parabens!
    Sera que daqui a algum tempo a gente vai conseguir xegar em outras galaxias? Eu queria estar aqui para dar uma volta por esses lugares!

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